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Conheça o roteiro de art déco em Goiânia

9 de maio de 2017

Bastante arborizada, repleta de parques, gastronomia diversificada, sol quase o ano inteiro, um dos maiores polos de moda de pronta entrega do Brasil, um patrimônio art déco dos mais completos da América do Sul, parte dele tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan) desde 2003. Sabe que cidade estamos falando?

Foto por Flavio Isaac

Foto por Flavio Isaac

Sim. Goiânia. Com seus 83 anos de fundação, a capital do estado de Goiás tem como patrimônio mais de quatro dezenas de construções art déco. “Não se trata  do maior ou o mais completo ou o mais rebuscado ou o mais bonito”, afirma Salma Saddi, superintendente do Iphan Goiás. “Mas foi esse traço o escolhido para a ser a marca arquitetônica no momento da  implantação de Goiânia”, completa. A capital é a única que oferece um conjunto tombado a nível federal, que identificou 147 edifícios do estilo na cidade no ano 2000.

Em 1920, logo após a Primeira Guerra Mundial, Paris se torna uma nova capital intelectual, artística e cultural. A cidade se metamorfoseia, os carros invadem as avenidas e um frenesi criativo reúne artistas do mundo inteiro: André Breton, Man Ray, Brancusi, Mondigliani, Picasso…A exposição internacional das Artes decorativas e industriais modernas organizada em 1925 consagra então um novo estilo artístico caracterizado pela utilização de geometria pura, de materiais luxuosos e estampas refinadas. Esse estilo seduziu o mundo inteiro na década de 30 e foi batizado em 1966 de Art Déco.

Após quatro anos de estudos na universidade parisiense de Sorbonne, o jovem urbanista brasileiro Attílio Corrêa Lima volta ao Rio de Janeiro em 1930 fortemente inspirado por essa nova tendência internacional. Em 1933 lhe é confiado por Pedro Ludovico Teixeira o projeto da fundação da nova capital de Goiás. Attilio se inspira então diretamente do urbanismo da cidade de Versalhes e do estilo.

A cidade de Goiania preserva ainda hoje a lembrança nostálgica das primeiras décadas de sua construção. O projeto de urbanismo da cidade, os grandes monumentos e o mobiliário urbano formam sempre um conjunto homogêneo único do estilo Art Déco. Attílio desenhou edifícios como o Grande Hotel, na Avenida Goiás, e o Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica. Ali, além dos prédios públicos, destacam-se as luminárias e os espelhos d’água.

Para além dos prédios institucionais, são diversas as construções de porte pequeno e desenho singelo, agrupadas em pontos distintos da região central da cidade. “Você só se sente parte de uma história se você vivenciá-la”, afirma Salma Saddi.

Assim, que tal um passeio pelo Centro?

Foto por Flavio Isaac

Foto por Flavio Isaac

Confira alguns dos locais para visitar a obra art déco em Goiânia:

 TRAMPOLIM

Começamos pelo trampolim do Lago das Rosas, situado na Avenida Anhanguera e inaugurado em 1941. No local podemos observar também a mureta que se estende ao longo da calçada.

CASA DE PEDRO LUDOVICO

Não muito longe dali está a residência do antigo governador Pedro Ludovico Teixeira. Nela, o déco está representado por elementos como o terraço em curva, com formas alusivas a escotilhas de navio.

PALÁCIO DAS ESMERALDAS

Chegando à Praça Cívica, vemos um conjunto de prédios institucionais no art déco. Mas atentando-nos apenas ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, percebemos características comuns a vários deles. Por exemplo, os vidros jateados nas portas, que contam a história local, e as esquadrias marteladas, com puxadores cromados.

CORETO 

Pela riqueza de detalhes e cuidado no acabamento, é um dos exemplares mais elaborados do art déco goianiense, segundo diz o dossiê de tombamento do acervo da cidade a respeito do coreto. Os traços do estilo podem ser vistos na platibanda com elementos geométricos e no rendilhado do muro externo, além dos traços retos e circulares percebidos nas escadas e nos bancos.

TORRE DO RELÓGIO

E logo ali, no começo da Avenida Goiás, nos deparamos com a Torre do Relógio, cujas características em déco estão no rigor geométrico e nas linhas verticais. Estas tinham o objetivo de fazer as construções parecerem mais altas.

TEATRO GOIÂNIA

Saindo da Goiás e chegando à Tocantins, esquina com a Anhanguera, surge o Teatro Goiânia, prédio simbólico da construção da nova Capital. Inaugurado em 5 de julho de 1942, data do Batismo Cultural do município, tem design de um transatlântico.

GOIÂNIA PALACE

Virando à direita na Anhanguera, logo se alcança o Goiânia Palace, “o hotel art déco de Goiânia”, como os proprietários anunciam. Um de seus pontos altos é o próprio nome do edifício, que no decó goiano remetia às famílias proprietárias ou ao dono do imóvel – nesse caso, Calil Neme. Além disso, a denominação aparece em relevo e ocupa a fachada com destaque.

Foto por Cláudio Lacerda Oliva

Foto por Cláudio Lacerda Oliva

HOTEL DOM BOSCO

Descendo o Centro até a primeira quadra da Rua 4, encontramos um singelo, porém belo conjunto de prédios em art déco, com suas linhas retas e platibandas escondendo o telhado. A policromia que realça o alto-relevo também é qualidade do estilo. No Hotel Dom Bosco, situado na 4 com a Avenida Araguaia, o coroamento bastante característico vem acompanhado do nome do prédio em alto-relevo.

Esses são apenas alguns exemplos do que nossa vista pode encontrar durante uma caminhada por essa parte significativa da história e identidade. A Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (AGETUL) lançou esse roteiro. Confira visitando a cidade!

Onde ficar

Mercure Goiânia

Como chegar

Latam

Avianca

Azul

Gol

Texto por: Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque por Eulice Maria

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