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Mapeamento de cavernas com pinturas rupestres no Brasil  

27 de agosto de 2025

Uma ação prevista pelo Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil), coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas, pretende mapear as cavidades naturais subterrâneas brasileiras que apresentem atributos históricos, culturais e religiosos, além de orientar o uso sustentável desses ambientes naturais. Ainda em fase piloto, os dados estão em processo de sistematização, com indicações preliminares de cavernas localizadas em Goiás, que apresentam registros rupestres e sepultamentos humanos de cerca de 12 mil anos.
 

O projeto está sendo desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), por meio do Centro Nacional de Arqueologia (CNA/Iphan), em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav). Para que a ação seja desenvolvida, será criado um Grupo de Trabalho coordenado pelo CNA/Iphan, com representantes das cinco regiões do país. A previsão é que as atividades sejam iniciadas no começo de setembro, com dez servidores do Iphan e dois do ICMBio/Cecav.
 

Inicialmente, o mapeamento será realizado a partir das informações e bancos de dados já existentes, com um cruzamento de dados sobre sítios arqueológicos e cavidades naturais. Posteriormente, prevê-se ainda um estudo de caso piloto em região ainda a ser definida para avaliação sobre os métodos, protocolos e diretrizes estabelecidas pelo GT.
 

“O Brasil abriga cavernas com altíssimo valor arqueológico e cultural, entre elas podemos destacar as do Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG) e as cavernas do Vale do Ribeira (SP), Serra do Ramalho (BA) e Serranópolis (GO). Essas cavidades estão sob constante ameaça, seja por vandalismo, turismo não orientado, mineração ou pressões fundiárias. Sua conservação é urgente e estratégica para a memória nacional, a ciência e a valorização do território”, explicou o arqueólogo do Iphan e articulador dessa ação no PAN Cavernas do Brasil, Danilo Curado.
 Segundo Danilo, a iniciativa prevê dois produtos: um manual de boas práticas e um fluxograma. “O primeiro orientará o uso responsável de cavernas com sítios arqueológicos por turistas, guias, prefeituras e comunidades, com diretrizes claras para mitigar impactos e fortalecer o papel educativo dessas visitas. Já o fluxograma permitirá o aprimoramento da ação pública, criando um procedimento técnico-operacional entre Iphan e ICMBio para a avaliação do atributo histórico-cultural nas cavidades, assegurando que as decisões sobre o grau de relevância contem com a expertise arqueológica do Iphan”, afirmou o arqueólogo.

Texto por agência e edição de Rebeca Dias

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