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Caverna e cachoeira são as maravilhas naturais de Eldorado (SP)

11 de agosto de 2023

Eldorado, uma pequena cidade no estado de São Paulo, é abençoada com tesouros naturais espetaculares que atraem a atenção de aventureiros, amantes da natureza e curiosos em busca de belezas incomparáveis. Dirigindo cerca de três horas a partir da zona sul da capital paulista, pela Rodovia Régis Bittencourt, chegamos ao coração dessa cidade.

O centrinho do município é simples, com comércio, igreja, restaurantes e uma população simpática e receptiva. A maior parte dos turistas que ali chega vem para visitar duas das maravilhas naturais mais notáveis da região: a enigmática Caverna do Diabo e a majestosa Cachoeira do Meu Deus, locais que encantam e impressionam com suas paisagens deslumbrantes.

Para chegar até elas é necessário dirigir cerca de 45 minutos numa estrada local, a SP-165, que margeia um rio. Aproveite a paisagem, que é linda, e o clima rural. Ao longo do caminho também é possível avistar fazendas e muitas plantações de banana.

A primeira sinalização que vemos a partir da estrada é para a cachoeira. O acesso fica dentro de uma propriedade privada e são cobrados R$ 20,00 por pessoa. Crianças não pagam. O proprietário indica o caminho: uma estradinha de terra tem que ser percorrida de carro e, após alguns quilômetros, chegamos na área de estacionamento, um local gramado onde deixamos o carro e partimos a pé para a aventura. Ali temos duas opções: pegar a trilha mais curta e de nível médio que pode ser percorrida em cerca de 40 minutos (a Trilha do Jacaré), ou acessar a trilha do Vale das Ostras, que percorre aproximadamente seis quilômetros e passa por outras cachoeiras até chegar à queda de Meu Deus. Como estávamos na adorável companhia de três crianças de sete anos optamos pelo primeiro percurso. Vale lembrar também que para percorrer o Vale das Ostras o valor é diferenciado, ficando um pouco acima do que pagamos para percorrer a Trilha do Jacaré. Recomendo consultar e tirar as dúvidas logo na entrada.

A belíssima e imponente Cachoeira do Meu Deus

A trilha para a cachoeira é bem marcada e, em alguns pontos, aparentemente chega a um final abrupto. Nessas partes é necessário atravessar o rio e continuar do outro lado. Dá pra ver a continuação do caminho na outra margem e cordas são colocadas em alguns lugares para as pessoas terem mais sustentação ao andar na água. Não se preocupe se a aventura parecer um pouco demais: o nível da água não passa da altura dos joelhos. E, em alguns pontos, molhamos apenas os calcanhares (no entanto é recomendado fazer o percurso de tênis para não escorregar nas pedras). Para efeito de curiosidade, as crianças não só deram conta de acompanhar o ritmo como adoraram a aventura. Particularmente a parte mais difícil da trilha foi uma subida de pouco mais de dois metros que tivemos que fazer com o auxílio de uma corda e apoiando os pés nas rochas. Apesar das crianças subirem com tranquilidade, precisaram de auxílio para descer. Mesmo sendo considerada de nível médio, essa trilha pode ser feita sem o auxílio de um guia, como fizemos.

E vale muito a pena! A Cachoeira de Meu Deus foi votada como a mais bonita do Estado de São Paulo em um concurso na internet. São 53 metros de uma majestosa queda d’água. Ficamos todos impressionados, apesar de termos sido alertados que ela estava com o nível de água reduzido devido ao inverno. Se assim já era bela, imagino então como seria com todo seu volume. Local perfeito para contemplar a natureza em todo seu esplendor!

Aventura subterrânea

De volta à estrada, dirigindo cerca de 10 minutos, chegamos ao Núcleo do Parque Caverna do Diabo. Ali, pagamos R$ 19,00 para acessar, e mais R$ 20,00 para o guia (obrigatório), que nos acompanha durante a visitação. Crianças até 12 anos entram de graça. Quem quiser pagar o guia em dinheiro economiza dois reais: o valor sai R$ 18,00 por pessoa.

Formações rochosas belas e impressionantes

O nome da caverna, por si só, desperta a imaginação, mas o local também é conhecido como Gruta da Tapagem. Seu apelido teve origem com os moradores dos antigos quilombos da região, que armazenavam ali sua colheita. Ao encontrarem os produtos remexidos por animais da floresta associavam essas ações ao diabo. Os sons da água que eram ouvidos vindos do interior ajudavam a reforçar a lenda, pois se pareciam com vozes.

Passarelas e escadas facilitam o acesso à caverna

Hoje as pessoas querem ver o que tem ali dentro e, para isso, foi montada toda uma estrutura para garantir um acesso seguro, com escadas, passarelas e iluminação artificial. A primeira visão, logo na entrada, é magnífica: um rio corre para dentro da caverna, refletindo as luzes e tornando tudo mais belo. Nosso guia nos explica as diferenças entre estalagmites (que crescem a partir do chão) e estalactites (que pendem do teto) e vai nos mostrando, ao longo do caminho, todas as esculturas feitas pela mãe natureza: para quem tem imaginação, é possível avistar nesse museu de arte natural a imagem da Virgem Maria, animais variados e até mesmo o castelo da Cinderela. Em um dos pontos, uma mancha na parede da caverna dá ainda mais motivos para reforçar seu nome: quem olha diz que vê o rosto do diabo estampado. Apesar disso, a aura ali é mais divina do que tudo: é impossível adentrar esse local e não se encantar com as maravilhas criadas pela mãe natureza, que formam um cenário surreal de beleza indescritível. Inclusive, um dos grandes salões pelos quais passamos, com seus tetos de estalactites e sua monumental grandeza, recebeu o nome de Catedral.

É obrigatório o acompanhamento de guia para a visitação 

Nesse local, nosso guia nos mostra uma formação de pedra calcita e coloca a lanterna sobre ela, que se ilumina como um abajur, o que encanta as crianças. Continuamos o percurso subindo e descendo escadas que se descortinam sempre para uma nova e bela paisagem subterrânea. É impossível não se admirar!

A pedra calcita iluminada encanta a todos

Ficamos sabendo que essa é a trilha fácil (são cerca de 600 metros a serem percorridos), e que é recomendada para todos os públicos. Durante nossa visita acompanhamos um pai e uma filha adolescente que se preparavam para um roteiro mais radical: adentrar nas profundezas da caverna onde não existe iluminação e a água do rio pode chegar até o pescoço. Para fazer esse tipo de roteiro é necessário agendamento. Obviamente esse passeio não é recomendado para crianças.

Milhares de estalactites tornam o cenário deslumbrante 

Uma das passarelas a serem percorridas

A experiência de estar ali, debaixo da terra, percorrendo esse tipo de lugar, é incrível, mas a gruta não é a única atração do parque, apesar de ser a mais famosa. No caminho para a caverna existe uma trilha curta que leva para a Cachoeira do Araçá. O caminho é fácil e pode ser feito também sobre uma estrutura de madeira (fomos por esse lado e saímos pela trilha, para poder percorrer tudo). A cachoeira é bem menor comparada com a do Meu Deus, mas pode render belas fotos e um banho gostoso.

O núcleo também abriga uma trilha de dificuldade média que percorre a Mata Atlântica e culmina no Mirante do Governador, de onde é possível avistar boa parte do Vale do Ribeira. Apesar de ter pouco mais de 1,5 km de extensão, as subidas podem ser puxadas e, por isso mesmo, o percurso se torna demorado. Não foi recomendado que fizéssemos essa trilha com crianças.

Bem estruturado para receber o público, o núcleo conta com estacionamento, banheiros, restaurante e centro de visitantes. Para mais informações visite o site cavernadodiabo.com.

Para quem ama natureza, vale a pena visitar esse destino. É uma oportunidade inesquecível de se desconectar da vida urbana, sair da zona de conforto e aprender a apreciar as coisas belas do mundo.

Texto e fotos por: Cláudia Costa

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