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Turquia: talvez o começo de tudo!

30 de janeiro de 2020

Entre a velha Europa e a exótica Ásia se encontra a Turquia. O país abriga paisagens imperdíveis, sabores peculiares e inumeráveis atrativos turísticos. Banhada por três mares: o Mediterrâneo, o Mar Negro e o Mar de Mármara, conhecê-la é ter a possibilidade de realizar uma imersão na história da civilização, assim como surpreender-se com a riqueza  do patrimônio cultural e mítico que se esconde  em um dos locais mais atrativos do globo.

Provavelmente, quando você pensa na Turquia sua mente viaja até os famosos balões aerostáticos da Capadócia ou no paraíso de telas e comércios que te esperam no Grande Bazar de Istambul. Mas, além dessas imagens, o sudeste do país possui abundantes lugares considerados patrimônio histórico e cultural, oferece espaços ricos em beleza ar­quitetônica e dispõe de uma natureza geo­gráfica única e diversa.

Caminhar pelos bairros da cidade de Sanliurfa é se debruçar num passeio de aromas, cores e sabores, é sentir que você é capaz de viajar no tempo e compreender as nossas origens mais remotas. Seguindo as águas do rio Eufrates, você encontrará cidades submergidas como Halfeti ou poderá subir ao misterioso monte Nemrut perto de Adiyaman, a cidade que já foi habitada pelos assírios, persas, macedô­nios, romanos, árabes e, finalmente, os turcos.

Aproveite essas dicas para fazer uma visita di­ferente pela Turquia, um roteiro que foge dos destinos tradicionais. Explore-a e sinta as di­ferenças entre Istambul, badalada e multicul­tural, em relação com outras regiões do país, onde as manifestações culturais próprias são bem mais conservadas. Nesta rota, você pode­rá degustar a culinária tradicional, dançar ao som do Baglama – o típico instrumento de cordas – e vibrar com a música turca.

SANLIURFA, um olhar mais próximo da nossa história

Foto por Istock/ Ruchaneewan Togran

Foto por Istock/ Ruchaneewan Togran

Situada no sudeste do país, a região conhe­cida historicamente como crescente fértil ain­da é pouco explorada pelos turistas. Também popular por ser a “cidade dos profetas”, o lo­cal é berço das religiões monoteístas, repleta de artesanato, história e cultura da humanida­de. Em apenas duas horas de voo a partir de Istambul, este é um lugar especial onde as tradições turcas estão mais presentes. A conservação da música folclórica, as danças populares, pratos e sobremesas típicas são coisas que você po­derá observar e entender melhor a raiz cultu­ral. Um dos focos de visitar este lugar é enten­der a própria tradição.

Sanliurfa atraiu a atenção do mundo nos úl­timos anos devido a uma série de descobertas arqueológicas. Ao longo da história, esta terra foi o lar de muitas civilizações diferentes e os vestígios deste passado estão sendo ainda des­cobertos. Em apenas 40 minutos do aeroporto de Sanliurfa, se encontram algumas das princi­pais atrações turísticas destacadas abaixo.

Aromas e cores no instigante Bazar  

Uma característica da Turquia são os reco­nhecidos bazares. Passear pelas ruas deles é uma boa forma de interagir com o comercian­te. É a oportunidade de ver como são realizados os produtos artesanais e enxergar de perto o processo alquímico de peças trabalhadas com materiais como o bronze. Ouvir os cantares dos vendedores expondo os seus produtos, e claro, fazer com que toda essa experiência seja um espetáculo sensorial e divertido.

Foto por Natalia Bastos

Foto por Natalia Bastos

Dividido por setores segundo a oferta, uma das ruas que mais podem surpreender-lhe é a do ouro. Várias lojas expõem anéis, colares e braceletes de ouro; seguindo a tradição turca, se você vai ao casamento de alguém, um dos presentes que se dá para a noiva é uma moe­da de ouro, ou alguma peça desse nobre ma­terial tão cobiçado. Nem só pela ostentação, esse tipo de presente é símbolo de que você acredita na prosperidade do matrimônio.

O lar do profeta Abraão e a Mevlid-iHalil são destaques

A cinco minutos andando desde o Bazar, se  encontra a caverna onde acreditam que o profeta Abraão nasceu. Nem só para os muçul­manos, os seguidores da fé cristã e judaica também compartilham a veneração a esse lugar. O local é datado perto dos 5.000 A.C e tem duas portas, uma onde entram os ho­mens e outra para as mulheres.

Em 1990, fizeram a mesquita de Mevlid-i Halil. Ao redor, você observará passagens do Corá, os nomes dos profetas, assim como as características e adjetivos de Deus escritos em árabe, com uma tipografia e umas cores real­mente lindas. Para entrar na mesquita, você terá que entrar descalço e as mulheres deve­rão cobrir os cabelos.

Foto por Istock/ isa_ozdere

Foto por Istock/ isa_ozdere

O chão da mesma é coberto com um tape­te predominantemente vermelho e tons de azul turquesa. No centro, uma figura de mo­tivo floral situa-se sob a espetacular luminária de cristais brancos.

Atrás dela tem uma arborizada pracinha com alguns barzinhos com terraço e um lago que esconde uma lenda, um ambiente desco­lado e bonito. Diz a lenda popular que o Lago de Ayn-Zeliha e Balikli Göl é fruto da transmu­tação do profeta. Abraão rejeitou a alegação de que o rei era Deus e destruiu estátuas ado­radas pelos habitantes da cidade. Esse fato que enraiveceu o rei Nimrod e seus adoradores, fez com que uma fogueira fosse acesa no lo­cal onde o lago agora pode ser visto. Abraão foi jogado no fogo e o lugar da fogueira se transformou em água e as brasas brilhantes em peixes dourados. O lago atual se formou onde Abraão caiu em segurança e a área circundante se transformou em jardim de rosas. É por isso que os peixes no lago são considera­dos sagrados e não são comidos.

Foto por Istock/ nejdetduzen

Foto por Istock/ nejdetduzen

Zeliha, que viu o milagre em que o profeta Abraão foi resgatado do fogo, aceitou o convite ao Islã e rejeitou a alegação de que o pai dela, Nimrod, era Deus diante dele. O rei, que voltou a reagir com raiva, jogou sua filha no fogo e um lago se formou no local onde Zeliha caiu e novamente, vários peixes apareceram no lago.

Museu Arqueológico reúne importantes peças arqueológicas   

O conteúdo disponível no Museu de Sanliur­fa, além de admirável, tem um diferencial que poucos no mundo possuem: tudo o que está exposto foi encontrado na região. A visita é uma aula magistral, que parte do paleolítico e vai até o domínio árabe.

Em cada uma das salas de exposição tem um destaque dos aspetos sociais, produtivos e reprodutivos que caracterizam cada período, assim como as particularidades geográficas e os progressos no estilo de vida que permitiu a paulatina transformação de uma vida nômade nos assentamentos.

No museu, se encontra intacta a estátua mais antiga do mundo feita no tamanho de um ser humano real. Descoberta em meados dos anos 90, ao norte de Balikli Göl, na área de um grande assentamento neolítico pré-cerâmico, a estátua de calcário tem 1,80 metros de altu­ra e possui grandes órbitas oculares feitas de obsidiana preta.

Mosaicos romanos em Haleplibahçe  

O mais recente tesouro escondido de Sanliurfa veio à luz em Haleplibahçe, um fato que fez que a história da arte da cidade seja rees­crita. As obras em mosaico são uma represen­tação artística e documental de uma época passada. E, embora grande parte tenha se de­sintegrado com o tempo, os mosaicos sobre­viventes conseguiram mudar a história da arte na cidade. Mas, o que faz esse museu ser tão especial? É um dos poucos onde o que se ex­põe foi encontrado no mesmo local.

Como parte do “Projeto de Renovação Ur­bana de Haleplibahçe”, durante as instalações das tubulações foram descobertos vários mo­saicos terrestres e a instalação foi interrompi­da para dar lugar às emergentes escavações coordenadas pela Administração de Museus de Sanliurfa e sua equipe em maio de 2006 e foram até 2009.

Foto por Natalia Bastos

Foto por Natalia Bastos

Os mosaicos de Haleplibahçe datam do período do Império Romano Oriental e provam que a cidade também foi um centro importan­te de arte em mosaico. Cada um dos mosaicos é uma prova viva  do delicado trabalho e a qua­lidade do material usado. As representações são plasmadas com uma expressividade emo­cional e um movimento magistral. Vários per­sonagens mitológicos são plasmados no colorido chão do corredor, as guerreiras amazonas, o herói Aquiles, animais como cavalos, cães, tigres, leões entre outras cenas que retra­tam temas bibliográficos e míticos.

 Os tesouros arqueológicos mais antigos do mundo em Göbekli Tepe  

A descoberta em Göbekli Tepe fez de Sanliur­fa o centro neolítico mais antigo do mundo. A 15 km do centro da cidade, o sítio arqueológico é o Marco Zero da História da Humani­dade, já que se remonta aproximadamente aos 10 mil a.C. Aponta a ser o complexo religioso mais antigo do mundo encontrado até agora, considerando-o como uma das primeiras área de peregrinação religiosa; a descoberta foi um fato que alterou todas as áreas do conhecimento científico, sendo necessário repensar a história, a psicologia, as noções técnicas da arqui­tetura e, inclusive, os aspectos teológicos.

Localizado no ponto mais alto do planalto de calcário, conectado à cordilheira de Germus, a estratégica localização forneceu grande parte do material necessário para a construção dos edifícios monumentais.

Göbekli Tepe foi descoberto em 1963, no quadro de uma pesquisa turca-americana. No entanto, não foi até 1994, quando as investigações e escavações mais significantes foram realizadas no sítio. A pesquisa levou à descoberta de edifícios, pilares que alteraram a compreensão do período conhecido como Revolução Neolítica. Reconhecido em 2018 pela UNESCO como Património Mundial, traz a candidatura apresentada no ano anterior.

Foto por Natalia Bastos

Foto por Natalia Bastos

Composto por seis edifícios diferentes, qua­tro deles no mesmo local, o maior monumen­to descoberto até agora é um impressionante edifício oval redondo, atribuído a uma fase tar­dia provavelmente do neolítico pré-cerâmico. As estruturas são de pedra calcária com um diâmetro de aproximadamente 25 metros. Os pilares em forma de T estão dispostos ao redor e no centro do edifício, sendo que em alguns deles ainda se preservam figuras de animais, provavelmente de predadores que foram es­culpidos na pedra.

O custo da entrada é de 36 TL (o equivalente  a 26 reais) e as escavações continuam sob a di­reção do Museu de Arqueologia de Sanliurfa, em estreita cooperação com o Instituto Arqueológico Alemão. Além das imponentes mos­tras arqueológicas, o lugar oferece uma vista maravilhosa já que as condições geográficas de estepe e as extensas áreas de cultivo deixam a paisagem com tons alaranjados, oferecendo um pôr do sol que vale a pena ser admirado.

Cevahir Han e seu jantar folclórico

Foto por Natalia Bastos

Foto por Natalia Bastos

Uma experiência bem tradicional onde os sabores turcos são acompanhados de músicos e danças típicas. O restaurante funciona com menu fechado, por essa razão você deve reser­var, mas não sofra pela quantidade, na Tur­quia as refeições são muito bem servidas.

HALFETI, a cidade submersa dos eufrates

Seguimos no sudeste da Turquia na região da Mesopotâmia, onde aproximadamente uma hora e quarenta e cinco minutos de carro da cidade de Sanliurfa se encontra um local inte­ressante e calmo.

A pequena localidade de Halfeti fica na margem leste do rio Eufrates. Os turistas são atraí­dos pelas curiosas rosas negras que suposta­mente crescem nessa cidade turca, mas outro motivo é navegar pelo imponente rio, cujo trajeto em barco vale realmente a pena para, no fim, visitar a peculiar cidade que foi parcial­mente submersa.

Foto por Natalia Bastos

Foto por Natalia Bastos

Qual é a verdadeira origem desta cidade? No final dos anos 90, o governo turco iniciou um projeto de desenvolvimento regional com o objetivo de aumentar a capacidade produti­va do setor rural, para isso, foram construídas diversas represas como parte da iniciativa go­vernamental. Foi a barragem de Birecik que fez com que grande parte da cidade ficara submer­sa nas translúcidas águas do rio.

O valor por pessoa do barco é de aproximadamente 15TL (o equivalente a 11 reais), mas você também tem a opção de alugar um barco por 600TL valor médio (uma média de 430 reais).

Sol nascente no MONTE NEMRUT

Adiyaman é um lugar estratégico para poder subir ao monte sagrado Nemrut ,que fica a 100 km, aproximadamente uma hora e meia de carro. O mais parecido ao Olimpo turco e considerado em 1987 como Patrimônio Mundial pela UNESCO, uns 2100 metros dis­tanciam o topo do monte do nível do mar; onde se encontram as ruínas do túmulo da família real do rei Antíoco I (62-32 A.C.) jun­to com as estátuas dos deuses Apolo, Zeus, Héracles e a deusa de Comagene.

Foto por Natalia Bastos

Foto por Natalia Bastos

A trilha de uns 600 metros de subida leva aproximadamente 40 minutos. O interessante é subir de madrugada para ver o sol nascer, sendo uma experiência única. A visita ao mon­te vale a pena não só pelas belezas que se en­contram ao redor do monte, cujo horizonte de montanhas gera uma composição colorida e uma vista de tirar o fôlego, mas pela experiência de ver o nascer do sol e como este deixa o céu vermelho, laranja e rosa até iluminar por completo o local. É também interessante ver como as estátuas mudam em relação à ilumi­nação. O valor é de 25 TL, 18 reais por pessoa.

Cidades subterrâneas e museu a céu aberto: apaixone-se pela CAPADÓCIA  

Em apenas uma hora de avião a partir de Is­tambul, você chegará a Anatólia Central para conhecer uma das regiões mais especiais e atra­tivas da Turquia. As condições geológicas fazem do local um grande atrativo, com uma beleza natural e paisagística inigualável. Alvo de con­tínuas invasões devido à localização estratégica e as suas rotas comerciais. As formações rocho­sas e os passeios de balão aumentam o misticis­mo da inevitável visita à cidade mediterrânea.

Na Capadócia, comece por Göreme

Foto por Istock/ Stramyk

Foto por Istock/ Stramyk

Você percorrerá, em média, uns 40 minutos de carro para ir do Aeroporto de Nevşehir até Göreme, a vila onde hotéis e casas se mistu­ram com as particularidades topográficas das formações rochosas. Provavelmente um dos melhores pontos de partida para quem quer explorar as maravilhas regionais. Uma das maiores atrações turísticas, considerado Patrimô­nio Mundial da Humanidade pela UNESCO, é o impressionante Museu a Céu Aberto de Göreme, que possui um peculiar conjunto de igrejas cristãs construídas em cavernas entre os séculos X e XIII. A visita custa em torno dos 40 reais, oferecendo uma seleção de antigas pinturas e afrescos muito bem preservados.

Civilizações subterrâneas, o mistério de Kaymakli

Foto por Istock/ Gilitukha

Foto por Istock/ Gilitukha

Na Capadócia, os arqueólogos acreditam que existam mais de 100 cidades subterrâneas, mas apenas 36 foram descobertas. Kaymakli é uma delas e você pode conhecê-la por apenas 30 reais. A maior das cidades subterrâneas é muito bem conservada; descendo a uma pro­fundidade de 20 metros, há uma divisão dos que foram dormitórios, cozinhas, depósitos para alimentos, igrejas, portas secretas e túneis. A cidade serviu de abrigo durante as per­seguições e invasões dos califados islâmicos, ao redor dos séculos VI e VII, protegendo, à época, cerca de 8 mil cristãos.

O tradicional passeio de balão

Sobrevoar a Capadócia é uma das extraor­dinárias experiências que os turistas procuram no destino, sendo o verão a melhor época para fazer o passeio já que geralmente o céu fica completamente azul. A maioria das empre­sas que oferecem o passeio trabalha com o mesmo padrão: transfer a partir do hotel até o ponto de campo aberto onde é efetuada a de­colagem dos balões, incluindo o café da manhã e o passeio de tem a duração de aproximadamente uma hora. Os valores são cobrados por pessoa, sendo que as crianças de até 12 anos pagam a metade, tendo em consideração que os preços podem variar, o valor é a partir de 750 reais. É necessário reservar o passeio com antecedência, inclusive reservá-lo através do hotel onde você vai se hospedar para garantir a saída.

Foto por Istock/ Smitt

Foto por Istock/ Smitt

A atividade começa bem cedo. Durante o voo, acontece o espetáculo do extraordinário amanhecer, numa experiência indescritível Desde as nuvens você sente a magnitude do lugar, a beleza natural contemplada do alto e inclusive uma compreensão maior das particularidades e dos desenhos da cidade que fica aos seus pés.

Termine a sua viagem por onde você começou: ISTAMBUL

Embora não seja a capital da Turquia, Istambul é a maior cidade do país e a segunda maior da Europa em hub aéreo. A atmosfera do lo­cal é especial, banhada por águas cristalinas e repleta de monumentos, palácios, mesquitas e igrejas. A cidade foi a porta de entrada de di­ferentes impérios e culturas. Além das atrações históricas, nas ruas se respira uma vida social multicultural com um grande fluxo de pessoas, onde bares e restaurantes sempre lotam, dei­xando um clima de ótima vida noturna para todas as idades. O centro histórico combina a perfeição com a efervescência e a modernida­de que se respira nos bairros cosmopolitas da cidade, aos quais apostam numa oferta cultural diferenciada, artística e moderna.

O estreito de Bósforo é o canal que liga o mar de Mármara ao mar Negro, criando uma divisão geográfica entre dois continentes; com uma parte da cidade na Europa e a outra na Ásia. Na primavera, as tulipas e jasmins colo­rem e aromatizam as ruas e praças.

Foto por Istock/ Seqoya

Foto por Istock/ Seqoya

Entre as belezas de Istambul, as mesquitas ocupam um papel predominante no visual da cidade, algumas mais importantes do que as outras, mas cada uma guardando um atrativo par­ticular. Alguns pontos turísticos de Istambul nos presenteiam e são quatro monumentos dentro da classificação das zonas históricas declarados pela UNESCO, em 1985, como Patrimônio Mundial. Eles são: a Basílica de Santa Sofia, o Palácio de Topkapi e as mesquitas Azul e de Süleymaniye.

Seguiremos com o exótico bazar e a impo­nente torre Gálata, para depois indicar alguns ambientes descolados para curtir a noite. Surpreenda-se com os badalados bares e des­construa a imagem de uma cidade arcaica e adormecida.

O museu da igreja que virou mesquita: Santa Sofia

A monumental, também conhecida como Hagia Sophia é de suma importância por repre­sentar em sua construção uma certa harmonia entre o cristianismo e o islamismo, pois vemos a convivência dos elementos arquitetônicos e iconográficos das duas religiões. Se as paredes falassem, teríamos horas e horas de debates, pois cada esquina é repleta de alma e muita história. Uma prova material do fluxo de civili­zações e culturas que dominaram as terras da atual Turquia é a impactante Santa Sofia, cujas colunas, pinturas e paredes pertencem ao le­gado histórico que deixou o Império Bizantino. Desde que a primeira pedra alçada, a cons­trução já passou por vários incêndios, saques e reformas. Acredita-se que a primeira igreja data de 360 d.C, sob o Império Bizantino, sen­do já para a época de grandes dimensões em comparação com as igrejas de Constantinopla. Do século IV ao XV, serviu como Catedral Or­todoxa Bizantina e conserva em suas enormes paredes, mosaicos onde são narradas passagens bíblicas de um valor incalculável.

Foto por Istock/ Explora_2005

Foto por Istock/ Explora_2005

Com a chegada do Império Otomano, em 1453, o sultão Mehmet II ordenou que a catedral fosse convertida em uma mesquita. Foi assim como, após a conquista, o edifício foi adaptado à tipologia da arquitetura otomana e às particularidades islâmicas, onde as figu­ras humanas não têm lugar dentro do tem­plo sagrado. Foram construídos os majestosos minaretes e a torre por onde são anunciadas as chamadas à oração, que ocorrem cinco vezes ao dia. Nas colunas, penduraram grandes meda­lhões com inscrições em árabe.

Até 1931, o edifício serviu como templo para os muçulmanos, sendo aberto quatro anos depois, como museu. O conjunto vale a pena ser admirado, pois concentra uma beleza que é difícil explicar. A variedade de materiais que compõem a construção enriquece-a; são os mármores da Síria, as colunas helênicas, os candelabros suspensos no teto e as janelas ar­queadas por onde se traspassa uma luz tênue que gera um clima místico e majestoso. O valor da entrada é de 72 TL, ou seja, equivalente a 52 reais em média.

Palácio de Topkapi

Foto por istock/ RUSLANKALN

Foto por istock/ RUSLANKALN

A cinco minutos de Santa Sofia, encontra-se o imperial Palácio Topkapi, a sua construção foi ordenada pelo sultão Mehmed II no século XV, após a conquista de Constantinopla. Foi a residência dos sultões e serviu até o século XIX como sede e centro administrativo do Império Otomano. O conjunto dispõe de vários edifí­cios, harmonizados por um extenso jardim e alamedas onde você tem uma maravilhosa vista da cidade podendo observar a divisão geo­gráfica que o estreito do Bósforo oferece. No palácio, acontece uma exposição dos tesouros e presentes da época, onde são preservados uma rica coleção de joias assim como espadas e armas otomanas, a maioria delas decoradas com motivos florais e pedras preciosas no en­torno da empunhadura. Para entrar no Palá­cio de Topkapi, o valor do ingresso é também de 72 TL (mais ou menos 52 reais).

Mesquita Azul

Foto por Istock/ Yarygin

Foto por Istock/ Yarygin

 

Em frente de Santa Sofia e separada por um belo jardim, se encontra a distinta mesquita revestida com azulejos azuis e cercada por seis minaretes. Também conhecida como a Mes­quita do Sultão Amade, foi o mesmo quem no século XVII ordenou a construção buscando um edifício mais imponente, maior e bonito em relação à Basílica de Santa Sofia.

Majestosa, com predomínio do estilo otoma­no e islâmico, foi levantada acima do Grande Palácio bizantino de Constantinopla. É uma das obras primas da cidade, onde as colunas e os arcos são decorados com mais de vinte mil azu­lejos de Izmir, o interior da mesquita é ilumi­nado através das 36 cúpulas e as 260 janelas.

Mesquita de Süleymaniye  

Um pouco mais afastada em relação às anteriores, mas ainda no bairro histórico de Eminönü se eleva a mesquita imperial que pode ser vista desde o Bósforo. Depois de San­ta Sofia, é a maior mesquita da cidade, cuja construção foi ordenada pelo sultão Solimão e é por essa razão que há quatro minaretes ao redor do pátio.

Foto por Istock/ dibrova

Foto por Istock/ dibrova

Ao longo do complexo foi construída uma grande variedade de pequenos edifícios que possuem infraestruturas sociais, algumas das quais ainda funcionam; como: uma escola, um hospital, balneários públicos e um refeitó­rio público. No jardim se encontram enterrados os restos mortais do sultão e seus familiares.

Grand Bazar e Bazar de Especiarias  

Na mesma região, em apenas 10 minutos ca­minhando a pé de Süleymaniye e a uns quinze minutos da área onde se localizam Santa Sofia e a Mesquita Azul, se encontra o Grande Bazar. Uma ampla rede histórica de ruas onde pode ser encontrado uma rica variedade de produ­tos têxtis, artesanatos, joias, cerâmicas, enfim, uma infinita oferta de coisas para se comprar com mais de 4 mil lojas. Por dia, cerca de 400 mil pessoas vistam um dos mais antigos e o maior mercado coberto do mundo. O recin­to tem quatro entradas com grandes portões otomanos: Beyazit, Carsikapi, Nuruosmaniye e Orunculer. Os corredores são decorados com figuras geométricas de tons azuis que entram em contraste com o teto amarelo e arqueado.

Foto por Istock/ chris-mueller

Foto por Istock/ chris-mueller

Para paladares refinados, uma visita imper­dível é o Bazar de Especiarias que se encontra a 12 minutos a pé dali. O passeio até lá lhe proporciona um contraste entre o comércio do bazar, talvez mais voltado para o turismo, com as lojas das ruas, com roupas de todo tipo, ali você poderá encontrar desde as mais simples até vestidos de noiva.

Dois séculos distanciam essas construções. Doces, frutas secas, chás, especiarias, tempe­ros, enfim, o melhor da gastronomia e os pro­dutos turcos estão ali num espaço completo e arquitetonicamente esplendoroso.

A visão mágica da torre Gálata

Foto por Istock/ filmgenetik

Foto por Istock/ filmgenetik

 

A torre construída no século XIV é um impo­nente edifício que pode ser enxergado desde vários pontos da cidade. Sessenta e seis metros de altura e nove andares para desfrutar de uma vista panorâmica da cidade, um bom lugar para se tomar um café e talvez curtir do pôr do sol mais esplêndido que você possa vivenciar. Ao redor, há barzinhos e lojas construídas em estilo boutique onde dá para sentir a vida da cidade. Se você desejar subir, é recomendável se programar já que é possível encarar mais de uma hora de espera na fila. A entrada tem um custo de 25TL, aproximadamente 18 reais.

A badalada noite em Istambul

Foto por Istock/ Xantana

Foto por Istock/ Xantana

No distrito de Beyoğlu se encontram as áreas mais animadas para curtir a noite em Istambul. O local é um claro exemplo de como é possível conservar edifícios históricos incorporando novas ofertas culturais e de ócio. Karaköy é um bairro jovial com apenas 20 anos tornou-se o local mais boêmio de Istambul. Um dos luga­res prediletos dos estrangeiros, pois lá eles en­contram ateliês de design, grafites coloridos e uma variedade de bares e discotecas, que mos­tram uma vida noturna agitada e diferente. Ka­raköy é uma área portuária onde cafés modernos são misturados com padarias de bairro  e lojas da família. Edifícios da era otomana de­corados com estúdios de arte de rua e bouti­ques de jovens estilistas. Na Hoca Tahsin, você encontrará a famosa rua decorada com os co­loridos guarda-chuvas.

A importância de contratar um guia

É recomendável viajar com um guia creden­ciado e que fale o português ou outro idioma (inglês ou espanhol). Geralmente, é difícil encontrar fora de Istambul, turcos que domi­nem outro idioma além do nativo. Uma boa sugestão é contratar os serviços da empresa Tulipa Boutique Travel, com uma equipe de brasileiros e turcos que oferecem uma imersão cultural baseada nos seus interesses particula­res. Outra opção é a Meet-point, uma agência de viagens que oferece serviços de qualidade cujos guias têm um bom domínio do inglês.

Como chegar

Os voos diretos entre o Brasil e a Turquia são operados pela Turkish Air­lines, conectando São Paulo a partir do Aeroporto de Guarulhos a Istam­bul pelo Aeroporto de Atatürk. A Royal Air Maroc oferece saídas de São Paulo e do Rio de Janeiro para Casablanca, no Marrocos, e de lá para Istambul, na Turquia. Tem quatro frequências semanais entre 15 de agosto e 28 de março com saídas as terças, quintas, sextas e domingos.

Onde ficar

SANLIURFA

Hilton Garden Inn Sanliurfa

ADIYAMAN

Hilton Garden Inn Adiyaman

CAPADÓCIA

Aren Cave Hotel & Art Gallery

Argos in Cappadocia

ISTAMBUL

Radisson Blu

Texto por: Natalia Bastos. jornalista viajou a convite do Ministério de Turismo da Turquia e com a proteção do seguro viagem da GTA – Global Travel Assistance.

Foto destaque por Istock/ Ender BAYINDIR

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