À beira do rio Nan, no norte tailandês, a Nan Riverside Art Gallery permanece como um dos principais espaços culturais da região. Fundada pelo artista Winai Prabripu (1952–2010), a galeria reúne um acervo permanente e exposições que mudam com frequência, mantendo ativa a relação entre as raízes artísticas locais e as expressões contemporâneas. O projeto idealizado por Prabripu levou mais de sete anos para tomar forma até sua inauguração em 2004. Seu propósito era aproximar a população do universo artístico, criando um lugar onde as pessoas pudessem refletir, conviver e apreciar.
Com o tempo, o espaço se consolidou como um polo de inspiração que fortalece a identidade cultural de Nan. O acervo fixo preserva parte fundamental da memória artística regional. Um dos destaques é a coleção dedicada às pinturas murais tradicionais, conhecida como “Huen Nan Bua Phan”, criada em homenagem ao muralista Nan Puaphan. No piso superior, o público encontra também obras de Sua Alteza Real, a Princesa Sirindhorn, cuja parceria com a galeria é antiga e constante.
Esses elementos permanentes reforçam a função da instituição como guardiã da herança visual da província. Além da coleção permanente, há áreas reservadas para exposições temporárias que se revezam ao longo do ano. Pinturas, esculturas, fotografias e trabalhos multimídia ganham espaço, abrindo portas para artistas contemporâneos tailandeses e ampliando o diálogo da galeria com visitantes diversos.
A localização às margens do rio e a integração da arquitetura com a natureza transformam a visita em uma experiência sensorial completa. Jardins, passagens abertas e ambientes externos se misturam às obras, criando um percurso que combina contemplação artística com o ritmo tranquilo da paisagem ao redor.
Mesmo após o falecimento de Winai Prabripu, em 2010, sua presença permanece viva no espírito da galeria. O desejo de criar um espaço que conectasse comunidade e arte se concretizou e continua a se desenvolver.
Cada visita revela não apenas criações artísticas, mas um ambiente que preserva a memória cultural e promove constante renovação, reforçando o papel da arte no cotidiano da província de Nan.
Texto por: Mary de Aquino
Fotos por: Candy Krajangsri/TAT