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Galleria Borghese: conheça um dos museus mais fascinantes da Itália

3 de novembro de 2021

A Galleria Borghese, em Roma, está alojado numa villa construída em 1600, cujos estuques criam o cenário ideal para uma coleção excepcional de obras-primas mundialmente famosas. Junto com baixos-relevos e mosaicos antigos de qualidade surpreendente, a Galleria, que foi encomendada pelo cardeal Scipione Borghese, preserva obras de beleza sem igual com pinturas de Ticiano e Caravaggio e esculturas de Canova e Bernini.

Desde os seus primórdios, a Villa Borghese foi concebida como um lugar de florescimento cultural, onde a arte da Antiguidade pudesse coabitar com a dos tempos modernos, mas não apenas isso. Scipione Borghese também idealizou planos para reproduzir a natureza em escala menor e criar uma espécie de diorama para que os romanos pudessem contemplar suas plantas, animais e até achados fósseis. Ele idealizou um jardim com as plantas mais raras, um zoológico e uma gaiola de pássaros enorme. O cardeal também esperava construir uma biblioteca e sala de estudos, principalmente para aprender sobre a tecnologia da época (que continha autômatos, espelhos, lentes e relógios). Tudo isso constituiria o Teatro dell’Universo (Teatro do Universo).

Foto por iStock / TravelFlow

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A história

A Villa Borghese e o parque ao seu redor foram ambos construídos no início do século XVII, fora das muralhas aurelianas da Cidade Eterna, em um terreno que originalmente era um vinhedo. A construção deste pequeno palácio foi primeiro confiada ao arquiteto Flaminio Ponzio, e, mais tarde, a Vasanzio. A maior parte aconteceu no período de um ano, a partir de 1612, enquanto a decoração de interiores, esculturas e paisagismo continuaram até 1620. Foi Ponzio, arquiteto destro do Papa Paulo V (isto é, Camillo Borghese, tio de Scipione), que desenhou os quartos da Villa, e que preferiu que a arquitetura exterior fosse de ordem dórica, libertando-a assim do aspecto tradicional das villas romanas suburbanas.

O acervo de obras da Villa Borghese aos poucos se tornou uma das coleções pessoais mais vastas e significativas da história, até mesmo para um homem de enorme poder e fortuna como Scipione. Porém, a última palavra na história está reservada para aqueles que estão mais acima na hierarquia: um parente de Scipione, Camilo, príncipe de Sulmona, mais tarde entregou todos esses tesouros ao marido de sua irmã Paulina Bonaparte. Foi assim que Napoleão Bonaparte veio a obter tal espólio de itens cobiçados, e o motivo pelo qual eles são atualmente propriedade do Fundo Borghese do Louvre.

As principais obras

Por falar em Paulina Bonaparte Borghese, ela foi imortalizada como obra-prima de mármore por Canova entre 1805 e 1808; em seu retrato neoclássico, onde é retratada como Venus Victrix. Depois de “Apolo e Dafne” e “O Rapto de Proserpina”, de Gian Lorenzo Bernini, a Venus Victrix é a peça mais conceituada da coleção da Galleria Borghese.

Além dessas e de várias outras obras em mármore, também fazem parte da coleção pinturas de Rafael, Ticiano, Antonello da Messina, Cranach e Caravaggio.

Vale citar a pintura “Davi com a Cabeça de Golias”, do período napolitano de Caravaggio, realizada pouco antes da morte do artista, que narra em magnífico claro-escuro o momento após a gloriosa vitória de Davi contra o gigante, enfatizando sua cabeça decepada, considerada um autorretrato do polêmico pintor. Outro Caravaggio muito estimado, “Rapaz com Cesto de Frutas” também faz parte do acervo.

Em seguida, “A Deposição” de Peter Paul Rubens, ilustrando com grande efeito as influências do estilo clássico no jovem artista flamengo. Além de “Amor sacro e amor profano” de Ticiano e “Danae” de Correggio, adquiridos por Camillo Borghese em Paris. Essas são apenas algumas das inúmeras obras que justificam uma visita à Galleria.

Curiosidades

Em 1608, Scipione ordenou que “A Deposição” de Rafael Sanzio fosse secretamente removida da Capela Baglioni dentro da Igreja de San Francesco em Perugia. Apesar de tal ato ilícito, assim que a obra chegou a Roma, o Papa entregou legalmente a pintura ao Cardeal Scipione.

Pouco antes de sua morte em 1633, Scipione manobrou para garantir a inalienabilidade de sua coleção, por meio de um dispositivo legal conhecido como fideicommissum; foi uma tentativa de obrigar todos os herdeiros Borghese a manter a coleção intacta – uma obrigação que eles não conseguiram cumprir.

Mais informações em: galleriaborghese.beniculturali.it

Texto por: Agência com edição de Patrícia Chemin

Foto destaque por: iStock / Photokanto

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