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Caraíva: o paraíso dos pataxós na Costa do Descobrimento

1 de janeiro de 2016

A comunidade de Caraíva, na Bahia, é o vilarejo mais antigo do Brasil. Os primeiros portugueses chegaram por volta de 1530, e por aqui viviam diversas tribos indígenas, a região é conhecida como “Costa do Descobrimento”. Durante muitos anos a comunidade viveu da pesca, que precisava ser salgada e transportada em lombo de mulas ou barcos até as cidades vizinhas para a venda.

Até início do século XX também trabalhavam com a exploração de madeira. Na década de 1970, a vila vivia exclusivamente da pesca e foi nesta época que grupos de aventureiros começaram a frequentar o lugar. A estrada para chegar até o vilarejo era muito precária e nela quase não transitavam carros. Para chegar a Caraíva era preciso caminhar pela praia saindo de Trancoso, ou fretar um barco de pesca. Com o movimento de visitantes crescendo, a vila foi se adaptando. Ainda na década de 70 chegaram os primeiros motores para os barcos, que até então eram movidos por velas. Ecologicamente preservada.

Foto por Mário C. Bucci via Wikipedia

Foto por Mário C. Bucci via Wikipedia

Desde 1962, quando foi demarcado o Parque Nacional de Monte Pascoal, a vila é o limite norte do Parque. Dentro dele, está a aldeia Pataxó que ajuda a cuidar do Parque Nacional de Monte Pascoal. Em 2007 chegou a energia elétrica na Vila de Caraíva. Com o empenho da população a Vila resistiu e não admitiu a colocação de postes. Toda a fiação é subterrânea para não interferir na paisagem. Cada morador ilumina a sua porta como lhe convêm, luzes em árvores ou na porta das casas, iluminam apenas o suficiente para as noites de lua nova.

No Centro Cultural de Tradições Indígenas, que fica na subida do rio, é possível conhecer um pouco mais da cultura dos índios. Danças , culinária e histórias contatas pelos próprios Pataxós são uma atração a parte.

O artesanato feito pelos Pataxós é mais do que uma alternativa de renda é uma representação de sua cultura e crença. A diversidade de cores e formas encanta a todos. São colares, pulseiras, prendedores de cabelo, farinheiras, gamelas, colheres e outros utensílios feitos de madeira, penas de aves, fibras e sementes locais. O parajú, madeira de cor vermelha escura, amarronzada, é utilizado para os utensílios domésticos, que chama a atenção pelo esmero no entalhe. Colares, pulseiras e adornos femininos, feitos com sementes de jacarandá, jacanaíba, maçaranduba e outras da região, são de extremo bom gosto. E os tradicionais passarinhos de madeira com penas coloridas, que são uma ótima lembrança do lugar. Todo o artesanato é produzindo com matéria prima renovável e garantem renda e melhores condições de vida para as famílias. O colar para o povo Pataxó representa uma proteção com a crença de que as sementes e materiais naturais utilizados passam a força da energia da mãe natureza.

Caminhando em direção ao sul o visitante encontra praias desertas e já dentro do Parque Nacional de Monte Pascoal, está a reserva de Barra Velha dos índios Pataxós. Enquanto indo em direção ao norte, o visitante chega à praia do Satu. Satu é um senhor nativo da região que tem boas histórias e muita alegria em receber os turistas. Sua barraca é simples e fornece água de coco, refrigerante, cerveja e alguns biscoitos.

Foto por Raul Golinelli va Commons Wkimedia

Foto por Raul Golinelli va Commons Wkimedia

E não deixe de experimentar a especialidade da casa, uma cocada sem igual. Andando para além do Satu é possível alcançar uma lagoa de água doce que parece um cenário. Lugar ideal para descansar um pouco antes de continuar a caminhada. Andando um pouco mais se chega as falésia e encontra-se a trilha para subir. Do alto o visual é ainda mais impressionante e do outro lado uma surpresa. A praia do Espelho é considerada uma das mais belas do mundo e realmente impressiona, vale o passeio. Mas atenção, para caminhar até o Espelho é bom estar preparado a distância é de aproximadamente 9 quilômetros.

Onde ficar

pousadacocobrasil.com

pousadaflordomar.com

Como chegar

A melhor maneira de se chegar a Caraíva de São Paulo é pegar um voo até Porto Seguro. As cias aéreas Azul, Gol e Tam possuem voos diárias de São Paulo, Campinas e Guarulhos para Porto Seguro. De lá, alugue um carro, são aproximadamente 200 quilômetros. Do aeroporto de Porto Seguro são cerca de duas horas e meia de percurso.

Texto por: Agência com edição Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque por Eduardo Machado Freire via Commons Wikimedia

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