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Parque Estadual do Ibitipoca: Paraíso escondido da Serra da Mantiqueira

13 de abril de 2017

Rochas, penhascos, grutas, paredões, cavernas, cachoeiras, bromélias, orquídeas, cactus e líquens compõem a paisagem da Serra do Ibitipoca, uma extensão da Serra da Mantiqueira, localizada a sudeste de Minas Gerais. Neste cenário encontra-se o Parque Estadual do Ibitipoca, com 1.488 hectares e altitude média de 1.500m. Ele protege 48 cachoeiras e 74 grutas formadas em quartzito, um mineral raro no mundo. O município está próximo a Juiz de Fora e a 25 Km de Lima Duarte. Confira as principais atrações:

Um pedacinho do céu na Serra da Mantiqueira. O endereço da natureza em estado bruto, com linda paisagem, a 1.250m de altitude, no sudeste de Minas (zona da mata). Um dos mais antigos povoados mineiros, Conceição do Ibitipoca já era citado pelos Bandeirantes, no ano de 1692. Foi fundado por volta do século XVII, supostamente por Borba Gato, Anhanguera ou Antônio Rodrigues de Arzão. Um deles passou por aqui deixando muitas histórias para serem contadas.

Foto Divulgação/ Assimptur

Foto Divulgação/ Assimptur

Ainda mantém alguns costumes, crenças e tradições culturais curiosas, tais como: a Reza a São Bento para se livrar das cobras venenosas; Reza a São Jerônimo e Santa Bárbara, para proteção contra raios e trovões, e ainda, o rapto da noiva pelo pretendente quando este não possui condições financeiras para sustentá-la. Além das procissões e missas de cavaleiros, cavalgadas, encenação da Paixão de Cristo e as festas juninas. Na vila, as noites são uma festa. Em cada bar, quase sempre, é possível dançar embalado por sanfona, viola ou pandeiro. É imperdível!!! Ibitipoca não é simplesmente um lugar acolhedor, é a soma das energias e do alto astral do seu povo simples e hospitaleiro.

A Vila de Conceição de Ibitipoca, comunidade com mais de 300 anos, começou a ser construída por volta de 1.692, sendo um dos primeiros povoados mineiros do ciclo do ouro iniciado pelos bandeirantes paulistas.

Atualmente um lugarejo com pouco mais de 800 casas duas igrejas distribuídas em ruas irregulares, uma delas, a de Nossa Senhora da Conceição, foi construída em 1.768 em estilo barroco espanhol.

Em 1.715 Ibitipoca já recolhia valioso imposto para coroa portuguesa, que explorava suas colônias para pagar suas dívidas com a Inglaterra. Da primeira capela, antigos moradores relatam ter ainda visto as ruínas de seu alicerce, na parte baixa do arraial. A atual igreja matriz datada de 1.768, apresenta sinais de rachaduras recentes, devido ao tráfego de veículos pesados que agora circulam pelo centro histórico.

O antigo arraial foi palco, segundo registros históricos apontados por Alexandre Miranda Delgado, de algumas execuções por enforcamento na centenária árvore do centro da vila, de revoltosos envolvidos com a Inconfidência Mineira, movimento pró-libertação contra o jugo português em 1.789.

Após o término do ciclo do ouro, já no século XIX, Ibitipoca esvaziou-se e sua população diminuiu para pouco mais de duas centenas de moradores. Perdida e esquecida por mais de 150 anos de solidão, a vila só foi redescoberta no século XX, principalmente com a chegada dos primeiros turistas, na década de 70.

Foto por Semad/ Divulgação

Foto por Semad/ Divulgação

Parque de Ibitipoca: a maior atração!

Com uma área de 1.923,50 hectares e altitudes que variam entre 1.100m a 1.784m, o parque dispõe de camping e razoável estrutura para receber turistas.

Em tupi-guarani, Ibitipoca quer dizer terra que estoura ou serra que estala. No vocabulário dos botânicos, a palavra pode ser traduzida por “Paraíso das Plantas”. Mas para os mineiros o significado é, “Lugar danado de Lindo”.

A Serra de Ibitipoca, situada no Sudeste de Minas Gerais, é uma ramificação da Serra da Mantiqueira, imponente maciço do Planalto, a 1.800 metros de altitude. A flora local vem sendo estudada por botânicos de universidades do Brasil e de outros países, por sua diversidade de espécies, entre orquídeas, bromélias, liquens e famílias raras do universo vegetal. As matas campos e grutas abrigam uma rica e numerosa fauna entre mamíferos, aves, insetos e répteis, alguns ameaçados de extinção que lá encontram proteção e refúgio. O parque oferece dezenas de cachoeiras, lagos, prainhas naturais e paisagens deslumbrantes.

Com uma área de 1.488 hectares constitui-se em uma unidade de conservação ecológica. Lá é possível avistar lobos-guará, onças pintadas, macacos bugios, micos e uma grande variedade de pássaros, mais de 250 catalogados;

O QUE VER

Gruta dos Coelhos

Localizada num paredão sombreado e coberto por rica vegetação. Seu portal tem 4 x 3m seguido por um corredor que se abre num salão, estreitando-se progressivamente até um pequeno buraco. Deste ponto em diante só é possível deslocar por corredores muito estreitos, até a saída que se encontra no outro lado do paredão.

Prainha

É uma piscina natural cercada por areia branca, mata ciliar e paredão. Por ficar a 200m do camping e ser um remanso raso é muito utilizado por crianças e idosos. (distância da portaria: 1.600m)

Gruta do Gnomo

Neste local o Ribeirão do Salto corre encostado no paredão, até entrar numa pequena gruta com cerca de 50m, onde sua saída desemboca numa piscina natural.

A piscina natural que se forma, após a saída da gruta, é muito utilizada para nado e banho de sol. (distância da portaria: 2.000m)

Lago das Miragens

É uma piscina natural localizada no Ribeirão do Salto ao lado do paredão e cercada por lajeados de rocha planos. Tem profundidade máxima em torno de 3m. Muito utilizada para nado e banho. (distância da portaria: 2.200m)

Foto por Evandro Rodney/IEF

Foto por Evandro Rodney/IEF

Ponte de Pedra

Neste local o Ribeirão do Salto escavou na rocha uma espécie de túnel, atravessando o paredão. Dentro do túnel, de um lado formou-se uma cobertura verde, composta por líquens e samambaias. Do outro lado tem-se uma espécie de passarela elevada, que percorre seu interior até a saída; a partir deste ponto é proibido passar, porque a trilha é muito escorregadia oferecendo risco de queda, já tendo ocorrido acidentes fatais. (distância da portaria: 2.500m)

Piscinão

É uma cachoeira de aproximadamente 4m de altura localizada no Ribeirão do Salto, que deságua numa piscina natural cercada de mata ciliar e afloramentos rochosos. (distância da portaria: 2.700m)

Cachoeira dos Macacos

É uma cachoeira cercada por paredão e mata ciliar. Localizada no Ribeirão do Salto, tem uma queda de aproximadamente 30m, formando uma pequena piscina natural em sua base e na metade de sua queda existe um degrau na rocha onde a água bate formando um spray.

Tibum

É uma piscina natural ao longo do Ribeirão do Salto, cercada por lajeado de rocha, mata ciliar e um paredão de 3m de altura.

Lago dos Espelhos

É uma cachoeira, localizada no Ribeirão do Salto, que deságua numa piscina natural, cercada por mata ciliar, afloramentos rochosos e um banco de areia, que fica de frente para a queda d’água.Local muito utilizado para nado e ducha.

Gruta do Monjolinho

É um canyon formado pela ação das águas na rocha, com paredões de 10m de altura e 2m de distância, cercado por uma pequena piscina natural, banco de areia e uma mata ciliar, que mantém esta área sombreada a maior parte do dia. A irregularidade das formas, esculpidas pelas águas na rocha, chamam a atenção por sua beleza.

Pico do Pião

É o segundo ponto mais alto do parque com 1.727m de altitude, com uma visão de 360 graus, avista-se grande parte do parque e arredores. É um local privilegiado para assistir o nascer do sol. No seu cume está localizada a ruína da capela Senhor Bom Jesus da Serra.

Gruta dos Viajantes

Esta gruta atravessa um paredão de 200m de um lado ao outro, possuindo dois portais. Seu corredor principal beira um filete d’água e possui várias galerias laterais de variados tamanhos.

Gruta do Pião

O portal está localizado num paredão cercado por capão de mata, seu corredor principal de teto baixo e piso plano chega a um salão que se ramifica em algumas pequenas galerias, onde encontram-se espeleotemas.

Foto por Evandro Rodney/Agência Minas/Divulgação

Foto por Evandro Rodney/Agência Minas/Divulgação

Gruta dos Fugitivos

Esta gruta possui dois portais porque atravessa um paredão de aproximadamente 100m de um lado ao outro, seu corredor possui um salão de onde parte outra galeria.

Sua travessia dá acesso a Gruta dos Três Arcos.

Gruta dos Três Arcos

Localiza-se no centro de um afloramento rochoso cercado por capão de mata.

Possui 3 portais interligados num único salão de onde podem ser vistos os 3 arcos dos portais.

Gruta dos Moreiras

Está localizada em um paredão todo coberto por líquens verdes, possui vários salões interligados por galerias, existindo também algumas pequenas saídas e claraboias.

No seu interior ocorrem filetes d’água e gotejamentos do teto, tornando seu acesso escorregadio. (distância da portaria: 6.000m)

Cachoeira das Fadas

Sua queda d’água está localizada no Ribeirão Vermelho num paredão que possui pequena caverna e uma piscina natural em sua base, cercada por mata ciliar.

Nas épocas de seca (inverno) sua queda d’água quase desaparece.

Cachoeirinha

Localizada no Ribeirão Vermelho sua queda é de aproximadamente 35m caindo primeiro sobre um degrau e depois na pequena piscina natural, que se forma em sua base cercada por areia e mata ciliar.

Nas épocas de seca (inverno) sua queda d’água quase desaparece.

Janela do Céu

É uma cachoeira localizada no Ribeirão Vermelho. De seu topo à sua base na mata do fundo do vale são 7 quedas d’água, em forma de degrau, mas a visitação no parque é feita apenas no topo de onde tem-se uma visão extraordinária de vales e morros a longa distância.

Este local é perigoso por se encontrar à beira de uma queda d’água e por ser escorregadio devido ao lodo formado nas rochas.

No seu lado esquerdo encontra-se um paredão, onde avista-se a primeira queda da cachoeira de frente. (distância da portaria: 8.000m)

Lombada

Seu nome oficial é Pico de Ibitipoca e é o ponto mais alto do parque. Encontra-se a 1.784m de altitude, com visão de 360 graus, avista-se grande parte do parque e o horizonte a longa distância. É um local privilegiado para assistir o pôr do sol.

Cruzeiro

É uma cruz de madeira rústica encravada na rocha a 1.500m de altitude.

Não se tem registro histórico de sua instalação, mas existe tradição na comunidade de Conceição de Ibitipoca de visitá-la para rezas.

Gruta da Cruz

Está localizada num paredão próximo ao Cruzeiro.

Após seu portal repleto de samambaias e líquens, chega-se a um salão onde avista-se sua clarabóia.

Gruta das Bromélias

É uma das maiores grutas desenvolvida em quartzito do mundo, podendo ser a primeira por suspeita de possuir corredores mais extensos. Sua extensão medida até hoje é de 2.600m.

Possui várias galerias, valas, passarelas, salões, claraboias e espeleotemas. É recomendado estar acompanhado de guia especializado, devido o perigo de se perder na infinidade de corredores existentes.

Foto por Evandro Rodney/Agência Minas/Divulgação

Foto por Evandro Rodney/Agência Minas/Divulgação

Lendas de Ibitipoca

Figueira

A majestosa figueira, que cresce na praça principal de Conceição de Ibitipoca, tem aproximadamente 200 anos.

Segundo relatos, a figueira teria servido para uma série de enforcamentos, todos a mando de um certo Capitão-Mor, pai do Inconfidente Manoel Rodrigues da Costa.

É verdade que Conceição de Ibitipoca serviu de refúgio para vários inconfidentes, perseguidos pela Coroa Portuguesa, mas entre “causos”, lendas e histórias reais, Ibitipoca conhece pouco sobre o seu passado e tenta agora construir um futuro mais seguro, alicerçando suas esperanças nas belezas naturais da região e na expansão do ramo de turismo voltado para a ecologia.

Índio

Conta a lenda que a região era habitada por dois povos indígenas rivais: Solares, que viviam no alto das montanhas, praticantes do bem, e os Lunares, habitantes dos baixos, adeptos da magia negra.

Dois guerreiros, um de cada povo, cobiçavam a mão da belíssima filha do chefe solar. Para decidir qual deles se casaria com ela e se tornaria chefe supremo dos dois povos, um combate de morte foi travado no alto do Penedo. A disputa, no entanto, teve um fim trágico. O apaixonado guerreiro solar, preterido da filha do chefe, não conseguia se concentrar no combate, pois tinha os olhos, como que por magia, fixos nos da moça. Distraído, acabou sendo lanceado pelo inimigo. Ferido, cambaleou em direção à beira do precipício e despencou para a morte. A princesa, atirou-se atrás do amado. Até hoje, quem observar, lá de cima, as águas calmas do lago das Miragens, poderá ver o desenho dos rostos dos dois enamorados.

Sino perdido

No alto da Serra de Ibitipoca, a 1.762m, o Pico do Pião sustenta a ruína que resta do altar da antiga capela do Senhor Bom Jesus da Serra, destruída pelos ventos e tempestades, que varrem freqüentemente aquele cume.

Segundo narram, alguns moradores mais antigos da Serra, o sino da capela era sustentado por dois moirões de candeia e um certo dia, depois do abandono, o morador Lino de Oliveira Paula começou a dar badaladas à noite toda e nunca mais o sino de bronze foi visto, podendo estar enterrado pelo tempo na mata fechada, abaixo do Pico.

A imagem do Senhor Bom Jesus foi levada para uma capela no arraial vizinho Mogol, de onde se pode avistar o Pico do Pião.

Preço dos Ingressos e informações do Parque

Nos dias úteis: R$10,00

Finais de semana e feriados: R$20,00

Para mais informações: ibitipoca.tur.br

Onde ficar

Pousada Alto dos Manacás

Pousada Canela de Ema

Pousada Cantinho das Fadas

Texto por Agência com edição de Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque por Evandro Rodney/Agência Minas/Divulgação

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