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O Rio de Janeiro além do Cristo Redentor

O Rio de Janeiro além do Cristo Redentor

12 de abril de 2019

Apesar de ser um dos destinos mais procurados pelos turistas brasileiros e de muitos de seus pontos turísticos serem bastante conhecidos mundo afora, como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e as praias, há vários outros lugares interessantes no Rio de Janeiro que não são tão conhecidos.

É o caso do Beco das Garrafas, em Copacabana, por exemplo: nos anos 1960, foi ali que diversos nomes da música brasileira começaram suas carreiras, como Ronaldo Bôscoli, Elis Regina, Baden Powell, Wilson Simonal, Sérgio Mendes e Wilson das Neves. Depois do sucesso, as casas do Beco — entre os números 21 e 37 da Rua Duvivier — fecharam as portas.

De acordo com o jornalista e escritor Ruy Castro, ali funcionaram palcos de shows eróticos até o começo dos anos 2000, quando foi novamente vendido para proprietários que queriam reabrir as casas. Hoje, recebe apresentações de bossa-nova e samba quase todos os dias, mas o público geralmente é pequeno.

Outro grande atrativo geralmente esquecido pelos turistas no Rio é o Museu da República, no Catete. Antiga residência do barão do Barão de Nova Friburgo, Antônio Clemente Pinto, e sede do governo brasileiro entre 1896 e 1960, o Palácio do Catete é hoje um dos principais arquivos da história do país, tanto em objetos como em importância histórica.

Voltado para o período republicano do Brasil, o prédio possui presentes recebidos pelos ex-presidentes, fotos, pinturas a óleo, móveis, atas de reuniões, esculturas, objetos pessoais e roupas, além das salas dos ministros, do gabinete presidencial, das salas de encontros e dos aposentos pessoais.

A maior atração, por incrível que pareça, é o quarto no último andar do palácio, onde os presidentes dormiam, mas que entrou para a história por ser o lugar em que Getúlio Vargas cometeu suicídio, em 1954. A cena é retratada no filme Getúlio, do diretor João Jardim e estrelado por Tony Ramos, que foi filmado exatamente no mesmo lugar. O visitante hoje tem acesso às roupas de cama, ao pijama, à arma e à carta da fatídica noite em que ele morreu.

Além dos lugares históricos, há espaços ainda mais alternativos aos principais guias turísticos cariocas, como o Museu da Cadeira, em Botafogo, que guarda um acervo de cadeiras brasileiras e internacionais no segundo andar do Espaço Cultural Maurice Valansi — o empresário francês responsável pela construção das salas alternativas de cinema da cidade, como o Cine Paissandu, em lugares onde haviam casas à venda no RJ.

Operando desde 2004, ele é administrado pelo seu filho, Richard Valansi, que cuida de 1,5 mil cadeiras de todos os modelos, correntes artísticas, artistas e países, como uuma em forma de disco de vinil desenhada pelo carioca Bernardo Senna e uma espreguiçadeira projetada por finlandeses ainda na década de 1990 com um design feito para que as pessoas usassem computadores deitadas.

A colecionadora de arte Eva Klabin, por sua vez, era uma Valansi de saias: morta em 1991, aos 88 anos, ela foi uma das figuras mais famosas da cidade nos anos 1960, quando dava festas de gala na Lagoa personalidades como o presidente Juscelino Kubitschek, os estadunidenses David Rockefeller e Henri Kissinger e o israelense Shimon Perez. Sua coleção chama a atenção pela raridade e exclusividade: pinturas de Tintoretto, Donatello, Botticelli e Pissarro, além de peças que vão do Egito Antigo ao Impressionismo, com pinturas, esculturas, mobiliário e objetos de arte decorativa. Um pequeno Louvre carioca.

Quando morreu, ela deixou sua casa de presente para o Rio de Janeiro com duas mil obras expostas. Desde então, o local se transformou em um museu coordenado por Carlos Miguez, curador que administra com acuidade quadros e esculturas dos séculos 15 e 16, quadros pintados por artistas ingleses dos séculos 18 e 19, louças, pratarias e móveis, como uma mesa do período barroco brasileiro.

A Casa Museu Eva Klabin é dividida por salas, como o Louvre, em que são expostas as diferentes origens das obras de arte da colecionadora: na Sala Renascença, estão as telas mais antigas feitas pelos italianos de Florença. Na Sala Inglesa, os trabalhos dos britânicos dos últimos dois séculos, enquanto que, na Sala Chinesa, é possível ver peças de diversos lugares da Ásia, como Tailândia, China, Japão , Myanmar e Índia.

No segundo andar da casa há um auditório onde são organizados eventos musicais e cursos de arte — em março, a coordenação do museu abriu uma oficina gratuita de stencil e pintura sobre o Rio de Janeiro com o educador Thiago Herdy detalha –, além do quarto onde Eva dormia com sua coleção de vestidos e sapatos.

SERVIÇO

Casa Museu Eva Klabin

Endereço: Avenida Epitácio Pessoa, 2.480 — Lagoa, Rio de Janeiro

Horários: de terça a domingo, das 14h às 18h

Ingressos: R$10 (R$5 meia) — gratuita aos sábados domingos e feriados

Texto por Agência com edição

Imagem Destacada via iStock por microgen

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