Até o dia 23 de abril, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) apresenta uma série de atividades em celebração ao Dia dos Povos Indígenas (19/04). Os eventos, programados para acontecer ao longo do mês de abril, reúne artistas, lideranças, acadêmicos, escritores e cineastas indígenas para celebram a diversidade cultural e de vivências dos povos originários brasileiros.
Aberta ao público e gratuita, a programação vai contar com feira de artesanato, debates, apresentações culturais e oficinas. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
Confira abaixo as atividades especiais para a Semana dos Povos Indígenas.
A programação começa com novidade!
A grande jiboia, presente no sétimo andar do MCI, está de cara nova! As novas cores e grafismos do povo Huni Kuin foram criadas pelo artista Hunikuî Sales. A restauração contou cantos e rezas tradicionais.
O grande pufe em formato de jiboia é uma criação da artista Rita Huni Kuin, que se inspirou na relação mitológica do caçador Yube Inu e da mulher-jiboia Yube Shanu.
A jiboia é um dos animais sagrados para a cultura Huni Kuin. O animal é uma serpente não venenosa, grande e forte, que caça na água e na terra firme. É reconhecida por sua aptidão como caçadora e beleza dos desenhos em sua pele.
16/04 (terça-feira)
O MCI oferecerá uma visita mediada e um bate-papo para os idosos na atividade Diálogo de culturas e gerações: Memórias e Caminhos, às 14h. O encontro visa provocar trocas culturais sobre as perspectivas dos povos originários a respeito do envelhecimento e o papel social dos mais velhos nos territórios. A visita será conduzida pelos mestres de saberes, Natalício Karaí e Cláudio Verá.
18/04 (quinta-feira)
Às 14h, é a vez do MCI Acessível promover uma visita guiada com interpretação em Libras. O público surdo percorrerá as exposições Hendu Porã’rã – Escutar com o corpo, Mymba’i – Pedindo licença aos espíritos, dialogando com a Mata Atlântica, Nhe’ẽry – onde os espíritos se banham e Ocupação Decoloniza – SP Terra Indígena. Também poderão conhecer mais sobre a vivência indígena com os mestres de saberes.
Às 18h, o MCI receberá o lançamento de dois documentários que tratam da cosmovisão e da luta do povo Guarani Mbya, ambientados na T.I. Jaraguá, em São Paulo (SP). No Cineclube TAVA serão exibidos: Minha câmera é minha flecha! (2024), de Natália Tupi e Guilherme Fascina, conta a trajetória do comunicador, Richard Wera Mirim, que utiliza as redes sociais e produtos audiovisuais como ferramentas para a luta e resistência dos povos originários. Os sonhos guiam (2024), Natália Tupi registra experiências espirituais do jovem líder indígena, Mateus Wera.
Após a projeção dos documentários, o público poderá conhecer mais sobre as produções em um bate-papo com a diretora, Natalia Tupi, e os personagens, Richard Wera e Matheus Wera.
19/04 (sexta-feira)
Para celebrar e difundir conhecimentos tradicionais sobre a fabricação de artefatos, o MCI abrirá a Feira de Artesanato Indígena, na área externa do espaço, a partir das 9h. Artesãos de diferentes regiões do Estado de São Paulo vão expor e comercializar peças em madeira, sementes e penas.
Às 14h, realizará o lançamento do livro Cânticos Tradicionais, Científicos e Culturais Huni Kuĩ, uma coletânea de cânticos milenares científicos e culturais do povo Huni Kuĩ, selecionados pelo pesquisador e mestre de saberes, Maru Huni Kuĩ.
Já às 16h30, a dança do Xondaro será apresentada pelo Coral Opy Mirim, da Aldeia Pyau, parte da T.I. Jaraguá em São Paulo (SP). O ritual originário do povo Guarani é um treinamento para criar reflexos e resistências para aprender a lutar. Por meio do ritmo, o xondaro (guerreiro) pratica a defesa, o fortalecimento do corpo e do espírito.
20/04 (sábado)
Às 10h, histórias do povo Terena serão contadas por Dario Machado, Gerolino Cézar e Ranulfo Camilo, das T.Is. Icatu e Araribá no Oeste Paulista. Os Terena são parte remanescentes da antiga nação Guaná e estão presentes nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Possuem características culturais essencialmente chaquenhas (de povos provenientes da região do Chaco, e no caso dos Terena, do Paraguai) e falam a língua tradicional Aruak.
Às 14h, o ritual Toré será apresentado pelo grupo de dança Pankararu, constituído por moradores do Real Parque, em São Paulo (SP). O Toré é considerado símbolo maior de resistência e união entre povos, além de ser uma das principais tradições indígenas do povo Pankararu do nordeste brasileiro.
23/04 (terça-feira)
O Museu da Pessoa estará no MCI, às 15h, para a promoção do Programa Conexões e Museus. O encontro contará com a apresentação do programa “Vidas Indígenas” a uma rede de museus paulistas focados nas culturas dos povos indígenas.
Conduzido pelo Museu da Pessoa, o “Vidas Indígenas” tem como objetivo o registro e a preservação de histórias de povos indígenas do Brasil, fomentando a conexão intergeracional nas comunidades em que os projetos são realizados.
A nova parceria estabelecida tem como abordagem Redes Temáticas – Tecnologia Social da Memória. Neste primeiro encontro serão exibidos novos produtos culturais criados no âmbito da iniciativa, além de falas dos indígenas atuantes nestes projetos.
Todas as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: museudasculturasindigenas.org.br
Texto por: Agência com edição Eliria Buso
Foto destaque por: Eliria Buso