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Serra do Rio do Rastro: entre curvas, cânions e vinhos

8 de agosto de 2016

Com cidades famosas pelo clima frio, como São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urubici e Urupema, a região da Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, sempre surpreende aqueles que decidem percorrer sua sinuosa estrada até o topo. Os cânions, cachoeiras, araucárias e vinícolas formam paisagens repletas de muita beleza.

Cânion da Ronda 4 - Patrícia Chemin

Foto por Patrícia Chemin

As estações do ano na Serra Catarinense são mais definidas do que em outras partes do país. Por lá, reconhecidamente o lugar mais frio do Brasil, os campos, os vinhedos, os pomares de maçãs e as matas de araucárias são cobertos todos os anos por geadas e até mesmo neve. Isso atrai muitos turistas para a região durante o inverno. Mas a verdade é que a serra é linda em qualquer época do ano. No verão, a vegetação é bem mais verde, os canteiros se enchem de hortênsias e as parreiras, principalmente em torno do mês de março, ficam repletas de uvas.

A Serra Catarinense pode até ser menos badalada do que sua vizinha gaúcha, mas impressiona seus visitantes com uma infinidade de belezas naturais. Para começar, sua porta de entrada, a estrada da Serra do Rio do Rastro, tem um visual de tirar o fôlego. Por esse trecho da SC-390, você chega a uma altitude de quase 1.500 metros ao percorrer os 15 km que ligam a cidade de Lauro Muller, no pé da serra, ao município de Bom Jardim da Serra.

Graças às 284 curvas que seguem os contornos da Serra do Rio do Rastro, a estrada é reconhecida como uma das mais incríveis do mundo. As vistas ficam mais surpreendentes a cada subida. Em alguns pontos, há mirantes onde você pode estacionar o carro e tirar fotos. Mas se quiser admirar esse panorama por completo, no topo, já em Bom Jardim da Serra, há um mirante. De dia, observe todo o desenho da rodovia em meio ao verde das montanhas. Já à noite, a serra ilumina-se e ganha uma atmosfera mágica.

Ao chegar ao planalto serrano, você vai se deparar com um grande leque de atividades. O ecoturismo é um dos principais destaques, principalmente nas cidades de Bom Jardim da Serra e Urubici. O município de São Joaquim já é um importante polo produtor de vinhos de altitude – destino certo para os fãs do enoturismo.

Entre cânions e araucárias

O que não falta na região da Serra Catarinense são cânions. Só em Bom Jardim da Serra você pode visitar três deles, um mais espetacular que o outro: Cânion da Ronda, Cânion das Laranjeiras e Cânion do Funil. Por estar mais próximo de vias asfaltadas, o da Ronda tem o acesso mais fácil. Você pode chegar até lá de carro ou a cavalo para contemplar as longas e impressionantes escarpas cobertas por vegetação. Com o dia limpo, dá para ver as cidades no pé da serra e até o litoral catarinense – uma vista que fará você se sentir no topo do mundo.

Cânion do Funil - Anders Duarte

Foto por Anders Duarte

Já para chegar aos cânions do Funil e das Laranjeiras, é preciso percorrer estradas de terra e pedra ladeadas por campos, pequenas fazendas e matas de araucárias, em percursos que duram pelo menos uma hora. Para isso, opte por um veículo 4×4. Ao percorrer as trilhas que levam até os cânions em meio a uma natureza intocada, não deixe de ir com um guia especializado, principalmente se há chances de neblina. A Tribo da Serra Ecoturismo organiza passeios até os cânions e outros pontos da região. Use roupas confortáveis e sapatos apropriados, como tênis para trilhas ou galochas, e não se esqueça do protetor solar.

A recompensa no fim do caminho faz todo o esforço valer a pena. Abre-se à sua frente um verdadeiro esplendor da natureza. São fendas enormes formadas por milhões de anos de atividades vulcânicas e sísmicas, onde paredões rochosos misturam-se às araucárias e vegetação local. Se as condições climáticas estiverem favoráveis, com sol e sem neblina, você poderá ver toda a vastidão dos cânions, que se estendem por quilômetros.

Bom Jardim da Serra ostenta ainda o título de Capital das Águas, graças aos rios que nascem no município, às cachoeiras e às cascatas. O Salto do Rio Pelotas, maior conjunto de quedas d’água da cidade, e o Salto do Passo Velho formam cenários de tirar o fôlego. Para os fãs da emoção e adrenalina, há uma tirolesa aos finais de semana a apenas três quilômetros do centro de Bom Jardim. Já na cidade de São Joaquim, há o parque Snow Valley, que oferece arvorismo e trilhas com quadriciclo.

Beautiful countryside with frost in the city of Campo Alegre, Santa Catarina, Brazil. Photo taken on 12.06.2016 on a Sunday morning, with temperatures ranging between -3 ° C and 1 ° C.

Foto por iStock / Edson Hardt

Ao longo de quase 50 mil hectares, o Parque Nacional de São Joaquim preserva a grande riqueza natural da Serra Catarinense e pode ser visitado durante todo o ano. A parte nordeste do parque é a região mais alta da serra, que atinge sua culminância no Morro da Igreja, com 1.822 metros. Nesse ponto, no município de Urubici, há um mirante de onde é possível ter uma ótima vista da Pedra Furada, um dos cartões-postais de Bom Jardim da Serra.

Em Urubici, cidade que possui dezenas de quedas d’água, visite também a Cascata Véu de Noiva e a Cachoeira do Avencal, com 100 metros de altura. No Morro do Avencal há ainda inscrições rupestres que datam de quatro mil anos atrás. Já em Urupema, o maior atrativo é o clima. A cidade é conhecida como a mais fria do Brasil. No Morro das Torres, ponto mais alto da cidade, é comum serem registradas temperaturas negativas. No inverno, até as cascatas congelam.

Vinhos de altitude, um capítulo à parte em São Joaquim

Villa Francioni 2 - Eliria Buso

Foto por Eliria Buso

As belas paisagens da Serra Catarinense revelam uma outra atração que encanta os turistas. São as plantações de uva, situadas nas diversas vinícolas da região. Graças às condições climáticas do destino, onde existem temperaturas médias mais baixas, e uma altitude até 1.350 metros acima do mar, lá são produzidos os vinhos de altitude.

A instalação de novas vinícolas vem crescendo na região, principalmente em São Joaquim, tornando o roteiro de vinhos do lugar um deleite para os visitantes. Apaixonados pela bebida podem se deliciar em degustações, harmonizações, visitas guiadas e até piqueniques sob as parreiras nas vinícolas.

Villa Francioni 1 - Patrícia Chemin

Foto por Patrícia Chemin

Hoje, São Joaquim já conta com vinhos premiados no Brasil e no mundo. A Villa Francioni, por exemplo, uma das vinícolas mais tradicionais da região, é uma das responsáveis pelo sucesso dos vinhos de altitude. A vinícola, por meio de seu fundador Dilor Freitas, capacitou a região da serra catarinense essa nova vocação e atualmente é procurada por milhares de turistas, que todos os anos conhecem em detalhes o projeto inovador e que tem impulsionado o enoturismo em Santa Catarina.

Villa Francioni 3 - Patrícia Chemin

Foto por Patrícia Chemin

Mesmo jovem, a Villa Francioni coleciona prêmios nacionais e o reconhecimento de profissionais do país e até o exterior. Turistas e apaixonados pelo mundo do vinho podem conhecer as instalações da empresa durante todos os dias do ano. É preciso apenas fazer a reserva pelo telefone ou pelo site. A visita guiada acontece em três horários por dia, e dura cerca de uma hora e meia. Ao final, ocorre a degustação dos rótulos. Uma oportunidade única, para conhecer em detalhes os diferenciais do terroir de altitude, a 1.260 metros acima do nível do mar.

Monte Agudo 2 - Patrícia Chemin

Foto por Patrícia Chemin

Já para os visitantes apaixonados pela enogastronomia, o destaque fica por conta da Vinhedos de Monte Agudo. Com o plantio em seis hectares das variedades Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Merlot, a vinícola oferece almoço e jantar harmonizado, além de uma degustação ao pôr-do-sol, perfeita para aproveitar a paisagem tomando um bom vinho. Entre os pratos harmonizados, ingredientes típicos da região conversam muito bem com as bebidas servidas. O cardápio muda de tempos em tempos, mas se houver a oportunidade, vale experimentar a truta com crocante de pinhão e purê de batata doce. Tanto para as refeições, quanto para o sunset é necessário fazer reserva antecipadamente.

Truta Monte Agudo - Eliria Buso

Foto por Eliria Buso

Mas nem só de uva vive São Joaquim. A Sanjo, fundada por imigrantes japoneses, traz um novo jeito de fazer vinhos de alta qualidade no Brasil. Diferente da maioria das vinícolas, a empresa produz vinhos longevos, que são colocados à venda apenas depois de um longo repouso, de no mínimo cinco anos. E além disso, é produtora de maçãs, utilizadas em seus sucos, que combinam a fruta com uva cabernet sauvignon ou moscato e no espumante, Bardocco.

Sanjo vinhos 2 - Patrícia Chemin

Foto por Patrícia Chemin

A vinícola também oferece visita guiada à produção, além de três tipos de degustação. As visitas podem ser agendadas pelo telefone ou na loja da Sanjo.

Para finalizar a rota do vinho pela Serra do Rio do Rastro, nada melhor do que uma parada na Casa do Vinho, uma loja que, além de oferecer mais de 600 rótulos, entre vinhos de altitude, da Serra Gaúcha e importados, conta com atendimento personalizado do Sr. Vilson, uma enciclopédia do mundo dos vinhos.

Casa do Vinho 1 - Patrícia Chemin

Foto por Patrícia Chemin

Pioneiro neste ramo na cidade, Sr. Vilson abriu sua primeira loja há mais de 20 anos e viu o enoturismo despontar por lá. Hoje, 95% de suas vendas são de vinhos de altitude, comprovando o sucesso que a produção local faz com os turistas. Além de uma aula sobre a bebida, é possível fazer uma degustação por lá também.

Hospedagem na serra: luxo e aconchego

Rio do Rastro Eco Resort - divulgação

Foto por Divulgação / Rio do Rastro Eco Resort

Com clima frio e natureza exuberante, a região da Serra do Rio do Rastro, pede uma boa hospedagem, com aconchego e luxo na medida certa. O Rio do Rastro Eco Resort, localizado em Bom Jardim da Serra, proporciona privacidade e atendimento impecável para quem vai curtir uma temporada de férias por lá.

Rio do Rastro Eco Resort 1 - Patrícia Chemin

Foto por Patrícia Chemin

Com apenas 19 chalés, o eco resort prima pela exclusividade com que trata seus hóspedes. O hotel, que faz parte dos Roteiros de Charme, possui chalés típicos de montanha para abrigar com aconchego e conforto para casais que querem curtir a Lua de Mel, por exemplo, ou momentos exclusivos.

Levando em conta a máxima “Ver o frio, mas não passar frio”, o local possui varandas envidraçadas e hidromassagem com vista do lago, campos e mata, além das imensas camas com lençóis térmicos e lareira, entre outros itens de conforto.

Rio do Rastro Eco Resort 2 - divulgação

Foto por Divulgação / Rio do Rastro Eco Resort

Entre as atividades oferecidas pelo hotel estão as cavalgadas românticas – que terminam com espumante com vista para o Cânion da Ronda, pôr-do-sol no Mirante do Cambuí Deitado com queijos e vinho, além de champanhe ao luar na jacuzzi e caminhadas. Canoagem pelos lagos, saunas, hidromassagem externa, piscina coberta aquecida e fitness center, entre outras, fazem parte da infraestrutura oferecida aos hóspedes.

Mirante do Cambui Deitado - Eliria Buso

Foto por Eliria Buso

Além de sua estrutura e serviços, um dos destaques do Rio do Rastro Eco Resort é a gastronomia. O restaurante oferece pratos da culinária serrana e internacional que podem ser harmonizados com os vinhos de altitude. Destaque para a Truta na Pedra, com preparo em uma crosta de sal, e o Entreveiro, que leva os tradicionais pinhões e frescal. Além de café-da-manhã, almoço e jantar, o hotel oferece um delicioso café da tarde colonial, com diferentes tipos de queijos, salames, bolos e pães. Impossível resistir!

SERVIÇOS

Famosa por suas curvas fechadas e vistas incríveis, a Serra do Rio do Rastro abriga uma região rica em paisagens exuberantes e belezas naturais, além de forte potencial para o enoturismo. Suas temperaturas baixas e a possibilidade de neve atraem turistas para as cidades consideradas as mais frias do país. Entre cânions e vinícolas, os visitantes se encantam com a hospitalidade do catarinense. Muito visitada durante o inverno, a região agora quer provar que tem atrativos para os 365 dias do ano.

Como chegar

Os aeroportos mais próximos da Serra do Rio do Rastro são os de Criciúma, a cerca de 70 km dali, e de Jaguaruna, a 110 km. O segundo recebe apenas voos da Latam. Já o Aeroporto de Florianópolis fica a 225 km da serra. Para chegar ao topo das montanhas, você pode alugar um carro ou pegar um transfer.

Avianca – avianca.com.br

Azul – voeazul.com.br

Gol – voegol.com.br

Latam – latam.com

Onde ficar

BOM JARDIM DA SERRA

Rio do Rastro Eco Resort – riodorastro.com.br

Hotel Fazenda Rota dos Cânions – hotelfazendarotadoscanions.com.br

SÃO JOAQUIM

São Joaquim Park Hotel – saojoaquimparkhotel.com.br

Chalé Alto da Serra – chalealtodaserra.com

URUBICI

Urubici Park Hotel – urubiciparkhotel.com.br

Pousada Cantos e Encantos – pousadacantoseencantos.com

URUPEMA

Fazenda do Barreiro – fazendadobarreiro.com.br

Eco Pousada Rio dos Touros – riodostouros.com.br

Onde comer

Pratos tropeiros com ingredientes típicos da região, como pinhão, truta, frescal (tipo de carne) e maçã estão presentes em grande parte dos restaurantes. Não deixe de provar a harmonização dos pratos com os vinhos de altitude.

BOM JARDIM DA SERRA

Churrascaria Cascata – churrascariacascata.com.br

Mensageiro da Montanha – mensageirodamontanhacafe.com.br

SÃO JOAQUIM

Vinhedos do Monte Agudo – monteagudo.com.br

Restaurante Pequeno Bosque – serracatarinense.com/pequenobosque

Cristal de Gelo – cristaldegelo.com.br

URUBICI

Château du Valle – chateauduvalle.com.br

Il Rifugio Café de Montanha – ilrifugio.com.br

URUPEMA

Parque das Trutas – (49) 3236-1123

Passeios

Tribo da Serra Ecoturismo – tribodaserraeco.com.br

Casa do Vinho – casadovinho.net

Sanjo – sanjo.com.br

Vinícola Villa Francioni – villafrancioni.com.br

Vinhedos do Monte Agudo – monteagudo.com.br

Mais informações em: turismo.sc.gov.br/destinos/serra-catarinense

Texto por: Eliria Buso e Patrícia Chemin. As jornalistas viajaram a convite do Rio do Rastro Eco Resort.

Foto destaque por: Santur / Divulgação

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