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Santo Antônio do Pinhal entra no radar dos turistas que viajam com criptomoedas

Foto por Wagner Ribeiro

Com pouco mais de 7 mil habitantes, Santo Antônio do Pinhal, localizada na Serra da Mantiqueira, interior de São Paulo, tem se destacado como um dos principais polos brasileiros de adoção do Bitcoin como forma de pagamento no turismo. Em menos de um ano, a cidade alcançou 86 estabelecimentos “bitcoin friendly”, número que a posiciona entre as dez cidades com mais comércios cadastrados no BTCMap — uma plataforma global que mapeia locais que aceitam criptomoedas.

A iniciativa é parte do projeto Bitcoin Amantikir, criado por Pedro Fadida com apoio da Associação Comercial local e dos empresários Dione Baleeiro e Rafael Vanderley. A proposta é transformar o município em um exemplo prático de economia circular baseada em criptomoedas, com foco no turismo, inclusão financeira e educação digital. “A gente tem grande interesse na parte educacional, porque não adianta nada as pessoas irem no efeito manada e começarem a aceitar Bitcoin sem entender o que estão fazendo”, explica.

A escolha por Santo Antônio do Pinhal se justifica também por seu perfil turístico. A cidade já é um destino consolidado para visitantes do Vale do Paraíba e da capital paulista. E a implementação do Bitcoin surge como uma alternativa que complementa sua oferta. “Já temos turistas vindo de cidades como Belo Horizonte com o objetivo de passar o fim de semana pagando tudo em Bitcoin”, comenta o idealizador.

Eventos para popularizar o uso

Como parte do processo de popularização da tecnologia, o projeto também promove eventos abertos, como o Café com Bitcoin, encontros presenciais voltados tanto para comerciantes quanto para interessados em conhecer mais sobre a criptomoeda.

“A gente começou com eventos pequenos, mas estamos crescendo. No dia 22 de maio, por exemplo, vamos realizar uma edição especial do Café com Bitcoin para celebrar o Bitcoin Pizza Day, com palestras e um ambiente de troca de experiências entre usuários e entusiastas da tecnologia”, afirma o co-fundador do projeto. O evento contará com nomes como Rafael Castaneda e Vinícius Brito, além do lançamento oficial da Escola Amantikir de Educação Financeira e Transformação Pessoal para Jovens.

Expansão

O projeto também prevê a expansão para outros municípios vizinhos da Serra da Mantiqueira, como Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí e Sapucaí-Mirim. “Queremos iniciar o mesmo processo com apoio da Associação Comercial de Campos. Nosso plano é que, no futuro, uma dessas cidades se torne 100% bitcoinizada”, destaca.

Além disso, inclui ainda a criação de uma loja de souvenirs com temática Bitcoin. Assim como cursos online sobre a tecnologia e serviços de consultoria presencial ou digital para empreendedores de fora da cidade que desejam aderir ao modelo.

Outros cases de sucesso

Santo Antônio do Pinhal não é a primeira cidade brasileira a investir nesse tipo de estratégia. Rolante (RS) se tornou um case internacional ao reunir mais de 200 comércios que aceitam a criptomoeda. Da mesma forma, outros destinos, como São Thomé das Letras (MG) e Jericoacoara (CE), também têm experimentado modelos semelhantes.

A adoção do Bitcoin no turismo apresenta vantagens em relação à redução de taxas bancárias e à facilitação de pagamentos por visitantes estrangeiros. “A gente costuma dizer que o Bitcoin é uma reserva de valor, não um investimento especulativo. Ele oferece uma alternativa real em contextos de dificuldade bancária, como já aconteceu em regiões da África. Aqui, queremos que ele funcione como uma ferramenta de desenvolvimento local, atraindo um novo perfil de turista”, conclui Pedro Fadida.

Informações: instagram.com/bitcoin_amantikir

Texto por: Eliria Buso

Foto destaque por: Wagner Ribeiro

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