Rota será lançada esta semana e vai integrar tradição e inovação em vivências para turistas experimentarem o estilo de vida ribeirinho
Participar de uma trilha em uma plantação de açaí, conhecer técnicas ancestrais de cultivo e manejo da andiroba, a árvore-símbolo do Pará, ou provar pratos típicos da culinária paraense à beira do rio Guamá. Essas são algumas possibilidades que esperam os turistas na Rota Combu, que será apresentada na Expo Abav, feira internacional de turismo que acontece no Rio de Janeiro, de 8 a 10 de outubro.
Neste ano de COP 30, quando o interesse pela sede da conferência aumenta, a ilha – que está situada a poucos minutos da capital paraense – permite conhecer um pouco da economia da floresta e mergulhar no estilo de vida dos ribeirinhos e em suas tradições. É justamente isso que o passeio propõe aos visitantes: participar do dia a dia dos moradores, conhecer seus saberes, tradições e provar as delícias da culinária local em meio a uma paisagem de tirar o fôlego pela proximidade da floresta amazônica.
Dado o potencial turístico dessa região, o Sebrae no Pará ajudou os empreendedores, por meio de capacitações, a organizar a rota de forma a equilibrar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que oferece uma experiência diferenciada ao visitante. Segundo Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae/PA, o objetivo da rota é oferecer uma experiência autêntica da Amazônia, onde comunidades tradicionais transformam saberes ancestrais em práticas sustentáveis e em empreendimentos inovadores. Por isso, o roteiro é também uma vitrine da economia criativa e da bioeconomia da Amazônia.
“A Amazônia tem um grande potencial turístico voltado para a bioeconomia. Nossas ilhas possuem diversos empreendimentos que valorizam a cultura local e a nossa ancestralidade, além de oferecer ao turista uma experiência única. Essa é uma ótima oportunidade para apresentar o potencial da Ilha do Combu e desses pequenos empreendedores”, explica Rubens.
Vivências com os ribeirinhos
Na Rota Combu, não faltam surpresas. O percurso prevê o acesso a diversos empreendimentos que respeitam as particularidades e a ancestralidade local. No Ygara Artesanal, por exemplo, os turistas vão conhecer a plantação de açaí e entender como é feito o manejo sustentável da fruta para preservação da biodiversidade na Amazônia. Vão conhecer principalmente a importância do fruto para o sustento das famílias. Nessa parada, poderão degustar o açaí à moda paraense – com peixe frito e farinha de mandioca.
Seguindo a rota, vão encontrar a Associação de Mulheres Extrativistas do Combu (AME) para aprender sobre as técnicas tradicionais de uso da andiroba e como se transforma em produtos medicinais e embalagens artesanais feitas também com folhas de cacau que geram renda para a comunidade. Nessa parada, os turistas terão a chance de entender como as mulheres nessa parte da ilha compartilham seus conhecimentos para produzir até produtos com propriedades fitoterápicas.
O almoço é no tradicional restaurante Saldosa Maloca onde, há 40 anos, Dona Prazeres preserva a cozinha ribeirinha herdada de sua família. Lá, tradição e modernidade se misturam, pois o restaurante possui biodigestores que transformam resíduos em energia. A vivência se encerra na Casa do Chocolate Filha do Combu, de Izete Costa, conhecida como Dona Nena.
Seu chocolate já atravessou fronteiras conquistando presidentes, como Emmanuel Macron, da França, além de chefs como Alex Atala e Rodrigo Oliveira. Sua produção usa apenas dois ingredientes: cacau e açúcar orgânico. Ela criou a marca Filha do Combu para destacar a força da mulher ribeirinha. Como já participou de várias capacitações pelo Sebrae no Pará, acredita que a rota, que está sendo impulsionada pela agência Sebrae instalada na ilha há pouco mais de um mês, “vai acelerar ainda mais os negócios, ajudando os empreendedores a criar um modelo de negócio ainda mais sustentável.”
Sobre o Combu
Localizada na região insular de Belém (PA), é uma Área de Proteção Ambiental às margens do rio Guamá. A ilha se destaca como destino turístico ecológico: restaurantes à beira d’água, produção artesanal de chocolate com cacau nativo, passeios de barco, trilhas e vivências culturais ribeirinhas. Nos últimos anos, ganhou reconhecimento como patrimônio cultural e imaterial do Pará.
Imagem destaque por Divulgação
Texto por agência com edição de Isadora Lacerda